New Radiations continua contemplando o Folk introspectivo de Marissa Nadler
- Eduardo Salvalaio
- há 5 horas
- 2 min de leitura
New Radiations fica melhor se curtido num ambiente sem barulhos ou ruídos, com um bom fone de ouvido
A trajetória de Marissa Nadler é extensa e sequer pode ser resumida em poucas palavras. Estreando em 2004 com o disco Ballads of Living and Dying, a cantora americana criou uma ampla discografia de respeito que inclui desde parcerias até homenagens com belas covers.
Em Droneflower (2019) ela conta com a ajuda do músico Stephen Brodsky que adiciona memoráveis guitarras em suas canções. Em Covers, Vol. II (2011), ela continua em seu Folk intimista e dá voz a clássicos da música como ‘Winter Lady’ de Leonard Cohen e ‘Sara’ de Bob Dylan.
Sempre contando com ótimos músicos de apoio que inclui desde harpistas até conhecidos do cenário Indie (a exemplo de Jesse Chandler do Mercury Rev e a cantora Angel Olsen), Marissa apresenta uma carreira bem nivelada. Difícil apontar seus melhores trabalhos, entretanto fãs do Folk devem escutar, obrigatoriamente, discos como Songs III: Bird on the Water (2007), July (2014) e The Path of the Clouds (2021).
A voz marcante junto a uma riqueza instrumental, mesmo em cenários introspectivos e minimalistas, é uma característica que ficou bem marcante em mais de 20 anos em atividade. Priorizando uma atmosfera serena onde a quietude musical está longe de indicar melodias rasas, Marissa chega ao mais recente disco, New Radiations (2025).
Arranjos e harmonias acústicas recheadas de instrumentos dão a tônica do trabalho, caso de 'Bad Dreams Summertime'. ‘Light Years’ ganha até um retoque sutil de uma harpa. Mesmo assim, a faixa ‘New Radiations’ consegue inserir uma melodia mais densa, tem um apelo Pop-Rock com guitarras psicodélicas e sintetizadores imponentes. Há quem considere que a cantora segue por um Folk Gótico, quem sabe a melodia sombria de ‘Smoke Screen Selene’ não nos faça pensar assim.
Ela sempre se preocupa com as letras de suas canções. Entrega uma poesia que se encaixa em muitos momentos de nossas vidas. Neste novo álbum não é diferente. Novamente estamos diante de temas como tragédias, relacionamentos destruídos e o próprio cotidiano. Nem mesmo fatos da História passam batidos. Em ‘To Be the Moon King", por exemplo, ela cita Robert Hutchings Goddard, físico americano considerado como o pai dos foguetes modernos.
New Radiations fica melhor se curtido num ambiente sem barulhos ou ruídos, com um bom fone de ouvido. Embora não seja tão impactante e variado como aconteceu em The Path Of The Clouds, ainda conserva o talento de uma cantora que soube se influenciar de grandes nomes como Patti Smith e Joni Mitchell para determinar sua própria trajetória.
