Morre Rick Davies, cofundador do Supertramp e voz de clássicos do rock progressivo, aos 81 anos
- Marcello Almeida
- há 5 dias
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Atualizado: há 4 dias
Se Hodgson era a face solar do Supertramp, Davies foi sua sombra profunda — e juntos criaram uma música que atravessa o tempo

O rock perdeu uma de suas figuras mais discretas e essenciais. Rick Davies, cofundador, vocalista e tecladista do Supertramp, morreu aos 81 anos na última sexta-feira (5), em sua casa em Long Island, Estados Unidos, após uma longa batalha contra o câncer.
A notícia foi confirmada pela banda em comunicado oficial:
“A Supertramp Partnership lamenta muito anunciar a morte do fundador do Supertramp, Rick Davies, após uma longa doença. Rick faleceu em sua casa em Long Island no dia 5 de setembro. Tivemos o privilégio de conhecê-lo e tocar com ele por mais de cinquenta anos. Apresentamos nossas sinceras condolências a Sue Davies.”
Nascido em 1944, em Swindon, Inglaterra, Davies se apaixonou cedo pela música, passando pela bateria antes de assumir os teclados que definiriam seu estilo. Em 1969, decidiu formar sua própria banda — que, após uma fase inicial como Daddy, se tornaria o Supertramp no ano seguinte. Pouco depois, conheceu Roger Hodgson, com quem dividiria composições, vocais e a identidade sonora de um dos grupos mais cultuados do rock progressivo.
Durante a década de 1970, o Supertramp lançou discos que se tornaram marcos, como Crime of the Century (1974), Even in the Quietest Moments (1977) e Breakfast in America (1979), este último responsável por catapultar a banda ao sucesso global. Enquanto Hodgson se tornava a voz mais reconhecida com The Logical Song, Davies assinava composições como Goodbye Stranger e Bloody Well Right, sempre com seu timbre grave e melancólico.
Após a saída de Hodgson em 1983, Davies manteve o grupo ativo, liderando novas formações do Supertramp e lançando o último disco de estúdio, Slow Motion, em 2002. Mesmo após o diagnóstico de mieloma múltiplo em 2015, continuou a se apresentar, inclusive com o projeto Ricky and the Rockets, até 2022.
Rick Davies pode não ter buscado o protagonismo midiático, mas foi o alicerce de uma das bandas que melhor souberam unir sofisticação progressiva e apelo pop, transformando contradições em hinos atemporais. Sua morte encerra uma era, mas também reitera a força de um legado que continua a ecoar.
Se Hodgson era a face solar do Supertramp, Davies foi sua sombra profunda — e juntos criaram uma música que atravessa o tempo.
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