Matt Cameron se despede do Pearl Jam após 27 anos: fim de um ciclo lendário no grunge
- Marcello Almeida
- 7 de jul.
- 2 min de leitura
O baterista deixa a banda em silêncio, mas com dignidade — e com uma história que pulsa nas batidas de toda uma geração
Matt Cameron desceu da bateria do Pearl Jam no último dia 18 de maio, em Pittsburgh — mas ninguém sabia que aquele seria seu último show com a banda. Agora, mais de um mês depois, ele oficializou sua saída nas redes sociais, encerrando uma jornada de 27 anos que atravessou álbuns, turnês, reinvenções e emoções profundas.
O músico, que também foi peça essencial no Soundgarden e ícone da era de ouro do grunge, não detalhou os motivos da decisão. Mas seu tom foi de paz, gratidão e despedida amorosa:
“Após 27 anos fantásticos, eu desci meus últimos passos da plataforma de bateria do intrépido Pearl Jam. Muito amor e respeito para Jeff, Ed, Mike e Stone por me convidar para a banda em 1998 e me dar a oportunidade de uma vida inteira, repleta de amizades, arte, desafios e risadas. Sou eternamente grato à equipe, aos funcionários e aos fãs do mundo todo. Foi uma jornada incrível. Tem mais vindo aí. Obrigado a todos do fundo do meu coração. Paz e Amor, Matt.”
O Pearl Jam retribuiu o carinho com uma mensagem igualmente comovente, publicada junto ao comunicado de Cameron:
“De ser um dos nossos primeiros heróis da música nas bandas Skin Yard e no poderoso Soundgarden, a tocar nas nossas primeiras demos em 1990, Matt Cameron tem sido uma verdadeira força da natureza enquanto músico e baterista. Ele impulsionou os últimos 27 anos de shows e gravações de estúdio do Pearl Jam. Foi um capítulo profundamente importante para o nosso grupo e desejamos o melhor para ele sempre. Sua falta será sentida, e ele será sempre nosso amigo na arte e na música. Te amamos, Matt.”
Cameron começou sua história na cena de Seattle nos anos 80, mas entrou para o Soundgarden em 1986 e foi essencial no som explosivo da banda até o hiato em 1997. No ano seguinte, assumiu o posto deixado por Jack Irons no Pearl Jam — e não foi qualquer entrada: dizem que aprendeu cerca de 80 músicas em duas semanas para uma turnê que estava prestes a começar.
Desde então, gravou todos os discos do Pearl Jam de Binaural (2000) ao recém-lançado Dark Matter (2024), sem jamais abandonar a integridade artística que sempre o definiu. Mesmo com o retorno do Soundgarden em 2010, seguiu firme com Eddie Vedder e cia., equilibrando legado e lealdade como poucos fariam.
Por ora, o Pearl Jam só tem mais um show marcado: 26 de setembro, no Ohana Festival — evento organizado por Vedder. A banda ainda não anunciou um substituto oficial para o posto que Cameron deixa. Mas a verdade é que o lugar dele, no coração dos fãs e na história da música, está garantido.
Matt Cameron sai de cena como entrou: com classe, talento e silêncio eloquente. E, como ele mesmo escreveu: “Tem mais vindo aí.” Que venha.
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