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Leonardo DiCaprio diz que arte criada com IA “não tem humanidade” e defende controle humano da tecnologia

“Não podemos permitir que isso se torne o novo normal.”

Leonardo DiCaprio.
Leonardo DiCaprio. CRÉDITO: Antony Jones/Getty Images para Warner Bros.

Leonardo DiCaprio entrou no debate sobre inteligência artificial no entretenimento — e deixou claro que, para ele, qualquer obra que pretenda ser arte precisa ter a mão humana como origem. Em entrevista à Time, após ser eleito Artista do Ano, o ator refletiu sobre os caminhos possíveis da IA no cinema, na música e na criação contemporânea.



Segundo ele, a tecnologia pode, sim, expandir horizontes criativos:


“Poderia ser uma ferramenta de aprimoramento para um jovem cineasta fazer algo que nunca vimos antes.”Mas o limite é claro: “Tudo o que for autenticamente considerado arte precisa vir do ser humano.”


DiCaprio citou a música gerada por IA como exemplo de algo tecnicamente impressionante, mas emocionalmente vazio. Ele lembrou os mashups hiper-realistas que simulam artistas como Michael Jackson cantando The Weeknd, ou versões de A Tribe Called Quest com “uma voz meio soul do Al Green”. Tudo brilhante na superfície — e raso no que realmente importa.


“Você pensa: ‘Legal’. Mas aí tem seus 15 minutos de fama e simplesmente se dissipa no éter de outras bobagens da internet. Não tem nada que a sustente. Não tem humanidade, por mais brilhante que seja.”


A fala ecoa inquietações que vêm dominando o entretenimento. Na música, o Deezer revelou que 28% das faixas enviadas à plataforma em 2025 foram totalmente geradas por IA, levantando alertas sobre saturação, direito autoral e identidade artística. A gravadora de Jorja Smith, por exemplo, repudiou uma faixa que “clonou” a voz da cantora:


“Não podemos permitir que isso se torne o novo normal.”


Campanhas como Spotify Unwrapped — um boicote organizado por artistas e usuários — pedem que plataformas lidem com responsabilidade diante da enxurrada de músicas artificiais.




No cinema, o desconforto é semelhante. James Cameron declarou que a tecnologia “nunca vai substituir o talento artístico humano”. Jenna Ortega disse ter se sentido assustada com o avanço da IA nos sets e nos bastidores de Hollywood.


A posição de DiCaprio reforça um consenso que parece se formar entre criadores: a IA pode ser ferramenta, mas não autora. Pode ampliar a arte, mas não substituí-la.


Afinal, como ele insiste, sem humanidade, não há arte.

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