Kirk Hammett diz que solos do Black Album “se escreveram sozinhos”: “Foi quando minha forma de tocar estava perfeita”
- Marcello Almeida
- 1 de jul.
- 2 min de leitura
Guitarrista do Metallica reflete sobre sua trajetória e revela que a espontaneidade daquele disco moldou tudo o que veio depois

Não é exagero dizer que boa parte da identidade do Metallica passa pelos dedos de Kirk Hammett. O guitarrista que ajudou a redefinir os contornos do Heavy Metal moderno com riffs incendiários e solos que misturam técnica e sentimento concedeu uma entrevista à Metal Hammer em que refletiu sobre sua longa trajetória na banda — e acabou revelando qual álbum considera o ponto alto de sua performance nas seis cordas.
“É engraçado, porque minha opinião sobre isso muda o tempo todo. Não fico ouvindo Metallica no dia a dia, então às vezes alguma música toca e eu penso: ‘Caramba, faz cinco anos que não ouço isso!’ A gente não vive muito no retrovisor. Estamos sempre olhando pra frente, tentando descobrir qual vai ser a próxima coisa legal que podemos fazer. Mas se eu tivesse que apontar um momento em que minha forma de tocar estava perfeita, diria que foi no The Black Album. Aqueles solos… eles simplesmente se escreveram sozinhos. Quase todos deram certo de primeira.”
Lançado em 1991, o álbum homônimo do Metallica, mais conhecido como The Black Album, foi um divisor de águas. Com faixas como “Enter Sandman”, “Nothing Else Matters” e “Sad But True”, o disco marcou uma guinada na sonoridade da banda — menos velocidade, mais peso, melodias mais diretas e uma produção lapidada ao extremo. O Metallica se tornava ali uma entidade global, mas sem abrir mão da essência metálica que os consagrou.
Apesar de ressaltar a naturalidade com que os solos surgiram nesse disco, Kirk admitiu que nem tudo foi tão simples assim nos bastidores da gravação:
“Tiveram umas poucas partes que me pegaram de surpresa. O solo de ‘The Unforgiven’, por exemplo — já falei bastante sobre ele — e também o de ‘My Friend Of Misery’. Mas sabe, o solo de ‘The Unforgiven’ acabou saindo de forma tão espontânea que aquilo me fez querer gravar todos os outros daquela forma, dali em diante.”
Ao longo da entrevista, Hammett também falou sobre seu novo livro de 400 páginas, The Collection: Kirk Hammett, que explora sua vasta e peculiar coleção de guitarras. E entre uma memória e outra, ainda comentou sobre guitarristas da nova geração, o show histórico do Metallica no evento de despedida do Black Sabbath, e a intensa sequência da turnê M72, que segue levando a banda aos quatro cantos do mundo.
Três décadas depois, os solos de Kirk seguem ecoando nos estádios e nos fones de ouvido — e o Black Album, que ele mesmo descreve como seu ápice criativo, continua ensinando o mundo que simplicidade e peso também podem soar épicos.
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