F.I.S.T.: Forged In Shadow Torch equilibra combate, exploração e puzzles em estética dieselpunk
- Eduardo Salvalaio
- há 3 dias
- 4 min de leitura
F.I.S.T.: Forged in Shadow Torch é um metroidvania com uma ideia até inovadora e que equilibra bem ação, puzzles e exploração

Em F.I.S.T.: Forged in Shadow Torch, controlamos Rayton, um coelho que há muito tempo serviu na Resistência, um grupo de soldados que lutou contra a Legião Robótica durante a invasão na Cidade da Tocha. Após ficar recluso e viver longe de conflitos, nosso destemido herói precisa voltar ao combate quando um grande amigo é aprisionado.
Então, para voltar à ativa, Rayton tem uma vantagem: usa um grande braço mecânico gigante capaz de muitas funções. Logo no início, começamos com um punho, entretanto conforme avançamos, o braço também disponibilizará uma broca e um chicote. Esses 3 tipos de mecanismos são usados tanto para combates como para exploração e podem ser trocados quando quisermos através de um simples apertar de botões.
Cada função do braço tem seus golpes específicos. A broca, por exemplo, pode servir como uma espécie de helicóptero e é capaz de nos guiar em ambientes onde existem correntes de ar. O chicote, por sua vez, consegue se agarrar em pontos de ancoragem nos levando a lugares altos e quase impossíveis de chegar.
Também existem muitos golpes poderosos e combos para usarmos em combates, infelizmente essa mecânica não funciona de forma perfeita. Existe um NPC na cidade onde podemos praticar esses golpes. As mudanças das formas do braço não acontecem no tempo exato, os combos acabam saindo errado e isso pode frustrar alguns jogadores.
Junto a esse poderoso e versátil braço, adquirimos algumas ferramentas que também nos ajudarão bastante como bonecos explosivos e mísseis, além de um suco de cenoura que serve para recuperar o sangue perdido durante os combates.
Porém, é preciso saber usar esses recursos na hora certa, pois eles só podem ser usados conforme temos uma barra disponível. Terminais de salvamento espalhados pelos cenários ajudam a encher essas barras frequentemente, além de nos preparar para trechos mais perigosos.

Com um cenário 2,5D que reúne características comuns dos jogos de plataforma e de metroidvanias da atualidade, somos convidados a explorar bastante cada canto de Cidade da Tocha. Minas, esgotos, prisões, torres. Como de praxe, é preciso avançar na história para poder abrir todas as portas ou acessar outros lugares, exemplo é o cenário aquático onde é necessário encontrar uma máscara de oxigênio para completá-lo totalmente.
A estética dieselpunk do jogo cai bem para sua proposta. Um mundo habitado tanto por animais como por soldados mecânicos e robôs. Ao fundo dos cenários, a paisagem urbana inspirada na arquitetura asiática se mistura com máquinas e mecanismos.
Os combates também garantem belos detalhes gráficos. Após enfraquecer algum inimigo, podemos executá-lo com um botão. Esse movimento é feito com uma passagem cinematográfica com nosso querido personagem realizando peripécias acrobáticas. Caso o jogador prefira não ver mais essas cenas, ele pode pausar o jogo e colocar como execução simples.
NPC’s estão espalhados pelos cenários. Aqui não existem muitas side quests, porém temos os habituais vendedores e personagens que conforme entregamos itens que coletamos, nos fornecem recompensas que ajudam bastante na melhoria de nosso braço e de equipamentos. O jogo oferece muitos itens para encontrar que passam por sementes escondidas, posters e até caixas com recursos fundamentais (porém precisamos de chaves para abrir tais caixas).
Geralmente coletar certos itens não será tarefa fácil (típico do gênero metroidvania). Muitos estão em cantos bem escondidos e para chegar até eles, o jogador precisará de habilidade atravessando armadilhas perigosas, decifrando puzzles e realizando saltos calculados. A única bronca fica por conta das fases aquáticas em que os comandos de nado de Rayton poderiam ser mais apurados.
Alguns itens como data disks servem para melhorar as armas e também comprar novos golpes e atribuir combos a elas. Porém não existem tantas habilidades (ao contrário de outros jogos do gênero). Muitos golpes e combos também acabam sem utilidade e nem serão necessários até o final do jogo.

Os mapas do jogo são bem visíveis, contudo poderiam deixar que o jogador marcasse pontos de interesse em alguns ambientes como acontece em Afterimage (para retornar mais tarde após ter alguma habilidade requerida). A legenda dos ícones dispostos pelo mapa também fica numa letra pequena e borrada, nada mal se pudéssemos ampliar os textos. Em contrapartida, é fácil decorar tudo do jogo entre 5 a 10 horas de jogatina e saber o que cada ícone representa.
Os loadings não são demorados, contudo em algumas mudanças de cenários ocorreu uma pequena queda de frames. Algumas portas também demoraram a abrir mesmo depois de acessadas, o que causa certo temor ao jogador que pode entender como uma trava do jogo. O aplicativo não fechou bruscamente e também não ocorreram problemas com o save (aqui é apenas automático e não manual). A versão testada foi a de PS4.
F.I.S.T.: Forged in Shadow Torch é um metroidvania com uma ideia até inovadora e que equilibra bem ação, puzzles e exploração. Pode ter seus pontos negativos, mas eles são poucos em relação aos aspectos positivos que atraem a curiosidade do jogador em chegar até o último cenário e ao chefe final.
