Encare casos e investigações em atmosferas sombrias no jogo Sherlock Holmes The Awakened
- Eduardo Salvalaio
- há 19 horas
- 3 min de leitura
O jogo se consiste em observar distintas cenas do crime encontrando pistas cruciais

Sherlock Holmes é um dos grandes personagens da Cultura Pop. Criado por Sir Arthur Conan Doyle, sua primeira aparição aconteceu em 1887 através de uma história intitulada como Um Estudo em Vermelho (que foi publicada na revista Beeton’s Christmas Annual). O detetive permaneceu no tempo e se tornou um dos personagens mais clássicos da ficção.
Mesmo quem não aprecia tanto o detetive, difícil não conhecer sua célebre frase, dita ao seu amigo médico: ‘Elementar, meu caro Watson!’. Sherlock foi influência para personagens como Hercule Poirot de Agatha Christie e também apareceu de forma frequente no Cinema.
Em jogos, não é diferente. Entretanto, o personagem ganhou mais destaque de 2000 em diante. Uma fase bem prolífica do detetive, com mais de 10 jogos no mercado. Desenvolvido e distribuído pela ucraniana Frogwares, Sherlock Holmes The Awakened (2023) é um remake do jogo homônimo de 2007.
Nessa nova versão, o jogo ganha melhorias gráficas e visuais atualizados, aprimora a jogabilidade, traz um novo elenco de vozes. Além disso, o jogo foi pensando como uma sequência de Sherlock Holmes: Chapter One (2021).

Logo na abertura, a própria empresa confessa como foi difícil realizar essa versão por conta de alguns problemas no país devido a guerra por qual estão passando. O jogo mesmo chegou a ser adiado em algumas ocasiões e ele traz também uma dedicatória a todas pessoas afetadas pela guerra.
O jogo captura novamente todo o universo de Sherlock. Recortes de jornais, o apartamento 221b na lendária Baker Street, os disfarces do detetive, seus diálogos com o parceiro inseparável Watson, o poder dedutivo, o fino humor e sua percepção apurada.
Perspicácia, dedução e inteligência serão novamente dominantes para resolver os casos que acabam se interligando e resultam em mistérios mais intrigantes. Dividido em 8 capítulos, nosso detetive percorrerá lugares como portos, armazéns, bibliotecas, hospício e até mesmo os pântanos da Lousianna.
O jogo se consiste em observar distintas cenas do crime encontrando pistas cruciais. Algumas pistas são mais complexas de se encontrar, porém concedem partes essenciais das cenas dos crimes.
Com tudo encontrado, montamos as cenas na imaginação recriando todos os movimentos do crime. Feito isso, é a hora de usar o Palácio da Mente, um recurso que nos leva a um quebra-cabeça em que a partir das pistas, documentos e informações que temos, também fazemos possíveis conexões/relações que nos levam a mais informações sobre os casos.
Algumas pistas chegam através de análises físicas que realizamos em alguns personagens. Observá-los atentamente até no modo de se vestir ou dos acessórios que usam conferem deduções adicionais e úteis. Também existe a possibilidade de confrontar NPC’s para obter outras pistas, para isso é preciso usar informações cruciais e corretas para que tenhamos sucesso.
Embora essa mecânica agrade e nos faça vivenciar um espírito de investigação, infelizmente acaba se desgastando até o final do jogo por se repetir demais. Alguns puzzles podem ser encontrados, porém não apresentam tantos desafios. Montar uma boneca quebrada ou mesmo arrombar uma porta não são tão suficientes para quem passou pela diversidade de Sherlock Holmes: Crimes and Punishments (um dos melhores jogos da série).

Os cenários, sobretudo os noturnos, contribuem para uma atmosfera mais sombria aos casos. Muitos apresentam paredes com sangue, mortes, corpos sacrificados, símbolos e sujeira que trazem reminiscências dos jogos de Terror/Survival Horror. Mesmo assim, em algumas ocasiões, andar por algum cenário até encontrar por pistas pode ser meio irritante (como foi no capítulo que navegamos pelos pântanos labirínticos da Louisianna).
Para aumentar a carga de mistério, também existe uma conexão com a mitologia da entidade do Cthulhu. Uma referência ao escritor americano H. P. Lovecraft e que certamente foi uma grande influência para a empresa na produção do jogo.
O jogo rodou relativamente bem na versão testada (PS4). Os loadings não são irritantes, praticamente não existem travamentos e nem crashs. O jogador possui a opção de saves manuais e podemos deixar os textos em português (atenção que esse é um jogo que precisamos ler muito). Após terminar o jogo, também podemos repetir algum capítulo caso seja necessário.
Sherlock Holmes The Awakened continua capturando bem toda a atmosfera e o universo do notório detetive, apesar de certas repetições durante o jogo e da necessidade de uma maior variação de puzzles. Também ficou faltando o Toby dessa vez, o cachorrinho de Holmes. Mas para quem é fã de investigação criminal, pode valer uma conferida, sobretudo quando o jogo fica com 80% a 90% de desconto em promoções.
Trailer do jogo: