Entre Golpes e Joias: o romance policial que consagra Thiago Barrozo como nome forte da literatura brasileira contemporânea
- alexandre.tiago209
- há 15 horas
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Com narrativa impactante, personagens densos, crítica social contundente e atmosfera visceral, Thiago Barrozo se firma como uma das vozes mais promissoras da literatura brasileira contemporânea

Thiago Barrozo, jornalista e escritor brasileiro, dá mais um passo firme na literatura nacional com o lançamento do seu segundo romance: “Entre Golpes e Joias: Uma Crônica sobre Pés, Dinheiro e Sangue”. Publicado em 2025 pela Editora Flyve, o livro confirma o talento do autor, que já havia surpreendido leitores e crítica com o aclamado thriller político “O Homem Que Explodiu o Presidente”, um dos grandes sucessos de 2023 e 2024.
Agora, Barrozo mergulha em um universo ainda mais denso e provocativo, onde suspense, desejo, dilemas morais e crítica social se entrelaçam em uma narrativa vibrante.
Com 267 páginas, o novo romance é narrado em primeira pessoa e acompanha André, um golpista obsessivo por pés, que frequenta velórios para seduzir mulheres em luto enquanto cuida da mãe com Alzheimer. Trabalhando na joalheria do melhor amigo, ele se vê diante de um dilema: participar de um assalto ao local ou voltar para a prisão, abandonando a mãe. É nessa tensão entre o afeto e a sobrevivência, entre o amor e o crime, que o autor constrói um enredo cheio de nuances e camadas.
Logo nas primeiras páginas, Barrozo nos apresenta um protagonista tão humano quanto contraditório. André é falho, complexo, carismático e envolto por decisões difíceis. A narrativa é crua, ácida e inquietante — o leitor se vê dentro da mente do personagem, sentindo o peso de cada escolha. O realismo da ambientação e a força emocional do texto criam uma atmosfera quase cinematográfica, como se estivéssemos diante de um filme policial brasileiro com alma, crítica e sangue pulsante.
A obra se destaca em meio à produção literária recente por fugir de clichês românticos e abraçar o caos com autenticidade. Com um toque de humor sombrio, violência e reflexões sociais, Barrozo constrói uma história que dialoga com o estilo noir e se inspira em grandes nomes da literatura e do cinema. Há ecos de Agatha Christie, Raymond Chandler, Machado de Assis, Jorge Amado, Émile Zola, Franz Kafka, José Saramago e Gabriel García Márquez, sem perder a identidade brasileira e atual. Tudo isso embalado por reviravoltas inesperadas, diálogos afiados e personagens que parecem ter saído das ruas e vielas do país.
O final aberto não é uma falha — é um recurso narrativo poderoso. Assim como no clássico filme Taxi Driver (1976), o desfecho da obra de Thiago Barrozo provoca o leitor com ambiguidade, inquietude e potência emocional. Não há respostas fáceis. Barrozo escolhe o caminho da provocação e do questionamento, forçando o leitor a lidar com as incertezas que fazem parte da existência humana.
Se Martin Scorsese e Bernard Herrmann usaram o jazz sinfônico para acentuar o estado mental instável e ambíguo de Travis Bickle, Barrozo faz o mesmo com a palavra — sua escrita ecoa como música tensa e reflexiva. Seu protagonista, assim como nós, ama, erra, sangra e vive em constante conflito. Entre o golpe e a joia, sobra o que há de mais verdadeiro: o humano — imperfeito, contraditório e inesquecível.
“Entre Golpes e Joias: Uma Crônica sobre Pés, Dinheiro e Sangue” é, sem dúvida, um dos livros mais marcantes de 2025. Com narrativa impactante, personagens densos, crítica social contundente e atmosfera visceral, Thiago Barrozo se firma como uma das vozes mais promissoras da literatura brasileira contemporânea. Se ainda não leu, este é o momento certo para conhecer um autor que não tem medo de tocar nas feridas — e transformá-las em arte.

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