Em Grizzly Peak, The Dodos faz do Folk um lugar para expor criatividade e fugir do convencionalismo.
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Em Grizzly Peak, The Dodos faz do Folk um lugar para expor criatividade e fugir do convencionalismo.



The Dodos é o tipo de banda que se aproveitou do Folk de uma forma diferente. Encontraram uma nova dimensão musical modificando a forma convencional do gênero, dando-lhe uma espiritualidade maior e fugindo de um modelo mecanizado ou padronizado. Foi especialmente com o lançamento de Visiter (2006), o segundo álbum, que o duo deixou bem transparente esse processo criativo e de revitalização do Folk.


Deixando muitos críticos e ouvintes boquiabertos, The Dodos chegava com um disco enérgico, embora fosse influenciado massivamente pelas raízes do Folk. Faixas que buscavam um peso maior para os instrumentos acústicos, destacavam os ritmos tribais frenéticos (cortesia do performático percussionista Logan Kroeber), arriscavam experimentalismos e incluíam letras cantadas com ênfase pelo vocalista Meric Long.


A trajetória do duo californiano traz uma discografia coesa, praticamente sem lacunas. Em 15 anos de existência, Grizzly Peak é o oitavo disco lançado. Da mesma forma, o The Dodos continuou buscando mudanças em alguns de seus trabalhos. Carrier (2018), por exemplo, trazia um Rock injetado de sintetizadores, tentando ao máximo casar a eletrônica com o som tradicional do duo, tudo ainda mais vibrante e modernizado.


Grizzly Peak não se esquiva da eletrônica, entretanto, deixa um espaço ao acústico, explora novamente os trabalhos criativos de cordas e percussão. Exemplo é a abertura com ‘Annie’ que, envolta numa discreta eletrônica, traz uma faixa onde a guitarra não perde a vez e a bateria continua virtuosa e cheia de surpresas, no devido encaixe do panorama sonoro que consagrou a dupla.

A carismática "With A Guitar" ganha tons sinfônicos com a oportuna adição de cellos e violinos. Praticamente incorporando uma faixa que exalta a arte de fazer música, o próprio Meric canta:

I guess I’ll have to fight you with a guitar’ (‘Acho que terei que lutar com você com uma guitarra’). No novo trabalho, existe também um sentimento bem Pop e muitas das canções são bem digeríveis na primeira audição como "Pale Horizon" e "Unicorn". Trazem arranjos não tão complexos, mas que não desvirtuam a criatividade da dupla e das camadas instrumentais mais exuberantes comuns dos primeiros álbuns.


"The Atlantic" traz uma aproximação com o retrô seguindo por uma sonoridade influenciada pelo clima 60’s. "Eyes Open" se inicia de forma brutal, traz um riff de Hard-rock, para em seguida desacelerar e se desmanchar na sonoridade típica e confortável da dupla (embora essa seja a faixa mais densa do álbum). "Sustainer" é a mais Folk do disco com uma sonoridade bem tímida, muito centrada na guitarra acústica e no piano. "Quiet Voices" é outra faixa que combina percussão, guitarras e efeitos eletrônicos tudo numa camada correta que rende uma melodia hipnótica.


Continuando a expandir os conceitos do Folk embutindo o gênero num horizonte sonoro mais distinto e amplo, The Dodos se garante como um dos grupos mais criativos da atualidade, além de oferecer música de qualidade nestes tempos sombrios.

 

FICHA TÉCNICA

Artista: The Dodos

Álbum: Grizzly Peak

Lançamento: 12 de novembro de 2021

Gênero: Folk, Pop Rock

Estilos: Rock Alternativo, Indie Rock

Ouça: "Pale Horizon" "Unicorn" e "With A Gu







 

OUÇA O DISCO NO SPOTIFY



 

VEJA O VÍDEO DE "PALE HORIZON ABAIXO:



 

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Eduardo Tadeu Ferrari Salvalaio

Redator.

Um cara da área Civil mas que nos momentos de folga tem um tempo para a escrita. Fã da arte de um modo geral, acha que com ela podemos tirar um pouco os dissabores da vida. Livros, discos, filmes, jogos: um arsenal do qual não abre mão.

 





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