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David Gilmour descarta qualquer reconciliação com Roger Waters: “Não há a mínima possibilidade”

Algumas pontes queimam para sempre, e certas músicas soam melhor no silêncio

David Gilmour e Roger Waters em uma noite beneficente para a The Hoping Foundation em 10 de julho de 2010 em Londres, Inglaterra.
Foto de Dave M. Benett/CI Getty Images Entertainment

O guitarrista e vocalista do Pink Floyd, David Gilmour, afirmou que “não há a mínima possibilidade” de voltar a trabalhar com Roger Waters, ex-companheiro de banda e um dos principais compositores da fase clássica do grupo. Em entrevista ao The Telegraph, o músico encerrou de vez as especulações sobre uma possível reunião.



“Nada”, respondeu Gilmour, quando questionado sobre o que poderia levá-lo a unir forças novamente com Waters. “Não há a mínima possibilidade de eu fazer isso.” A declaração reforça um distanciamento que atravessa quase quatro décadas, desde que Waters deixou o Pink Floyd em 1985, após intensas disputas criativas e pessoais.


Nos últimos anos, o conflito entre os dois ganhou um tom político. Em 2023, Gilmour já havia dito preferir “ficar longe de pessoas que apoiam ativamente ditadores genocidas e autocráticos como Putin e Maduro” a dividir um palco com Waters. Agora, ele foi ainda mais direto:


“Nada me faria dividir o palco com alguém que acha que esse tipo de tratamento às mulheres e à comunidade LGBTQIA+ é aceitável. Por outro lado, eu adoraria voltar ao palco com [Rick Wright], que foi uma das pessoas mais gentis e musicalmente talentosas que já conheci.”

A tensão também envolve Polly Samson, esposa e colaboradora de Gilmour, que em 2023 publicou uma mensagem nas redes sociais chamando Waters de “antissemita até a medula” e “apologista de Putin, mentiroso, ladrão, hipócrita, misógino e megalomaníaco”. Gilmour repostou o texto, dizendo que “cada palavra é comprovadamente verdadeira”. Waters, em resposta, classificou as acusações como “incendiárias e extremamente imprecisas”, afirmando que as “refuta completamente” e que está “recebendo conselhos sobre sua posição”.



Gilmour, hoje com 78 anos, também comentou o quanto considera “cansativo” ter que revisitar constantemente o tema.



Você sabe em que década da minha vida eu estava quando Roger deixou nosso grupo pop? Na casa dos 30. Agora tenho 78. Onde está a relevância?”, disse à Mojo. Em conversa com a Rolling Stone, ele completou: “Um dia haverá coisas sobre as quais falarei.”


Entre mágoas e legados, o tempo parece não ter curado as feridas do Pink Floyd. E, para Gilmour, o eco dessas diferenças soa mais distante do que qualquer acorde.

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