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Cru define o poder poético e musical do Apeles em canções minimalistas e confidenciais

Apeles prova que a música pode passar inúmeras sensações mesmo quando ela chega de forma minimalista, confidencial e intimista

Apeles
Créditos: UOL / André Dip

O paulistano Eduardo Praça é um daqueles músicos experientes e inquietos. Começou sua trajetória musical fundando a banda Quarto Negro e também foi integrante do grupo Ludovic. Em carreira solo, adotou o codinome Apeles. Com uma discografia em ascensão, você, leitor(a), precisa ao menos conhecer Crux (2019), um disco interessante e bem produzido tanto em arranjos como em letras.

 


Cru (2025), o novo disco, chega com uma proposta interessante, apesar de sua simplicidade introspectiva e apresentar um minimalismo sonoro composto apenas por voz, guitarra e a acústica do ambiente. O trabalho foi gravado em apenas uma tarde no estúdio White Noise em Los Angeles e conta com a produção de Leonardo Marques que também foi responsável por Rio do Tempo (2017), o primeiro disco do Apeles.

 

Aqui, o músico revisita alguns clássicos do repertório de seu Apeles como ‘Vermelha’, ‘Clérigo’ e ‘A Alegria dos Dias Dorme no Calor dos Teus Braços’. Essa última, um dos destaques do disco, ressalta a sensibilidade lírica e a sinceridade direta do músico: ‘A vida é um espelho / Tua auto estima é um veneno / A geração ibuprofeno / refém de um aparelho’.

 

O dedilhado que abre e domina ‘Socorro’ flerta com um Folk de qualidade, enquanto ‘Pax, Patz, Paz’ traz uma atmosfera um tanto quanto lisérgica. Em ‘Cru (I Rise In Pieces)’, a voz do músico ganha texturas e ecos, e embora a música possa soar abafada, não tira a sintonia da proposta do disco.

 



Muito do disco ganha um tom confessional, é como se fossem anotações de um diário traduzidas em forma de música. Difícil não haver cumplicidade entre ouvinte e artista. Está tudo aqui: nosso cotidiano, relacionamentos que enfrentamos e aspectos da sociedade nos tempos atuais. Apeles prova que a música pode passar inúmeras sensações mesmo quando ela chega de forma minimalista, confidencial e intimista.

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Ouça ‘Cru (I Rise in Pieces)’:


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