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Cinco discos para sentir o coração do rock bater mais forte

Porque o rock nunca foi só som – é um jeito de existir no mundo

Cinco discos para sentir o coração do rock bater mais forte
Imagem: Reprodução

O rock não nasceu num palco. Nasceu no grito engasgado de quem não aceitava calado. Hoje, 13 de julho, celebramos o Dia do Rock – uma data marcada pelo lendário Live Aid, de 1985, aquele show colossal que reuniu nomes como Queen, U2 e David Bowie pra provar que a música podia, sim, mudar o mundo. No Brasil, quem cravou essa data na memória coletiva foi a Rádio Rock, a 89 FM, no fim dos anos 80.



Sabemos que o rock pulsa também nos acordes dos Beatles, nos riffs sujos dos Stones, na psicodelia de Hendrix, na fúria da Janis, nos delírios do Pink Floyd, no peso do Led Zeppelin — e em tantos outros nomes que construíram essa parede sonora que atravessa gerações. Mas essa lista aqui é outra coisa: é mais grito do que homenagem. É mais sangue do que polimento.


Escolhemos cinco discos que não são só clássicos: são combustíveis. Cada um deles acende uma chama diferente — da fúria ao devaneio, do caos à catarse. São álbuns que ainda ardem. Que ainda doem. Que ainda dançam no ouvido como se o fim do mundo fosse agora.


1. Black Sabbath – Paranoid (1970)

Black Sabbath – Paranoid (1970)
Imagem: Reprodução

A escuridão nunca teve tanto groove. Paranoid é mais que um disco: é o nascimento de um universo. Com riffs pesadíssimos, letras paranoicas e um clima que mistura guerra, loucura e alucinação, o Sabbath nos entrega um som que ainda hoje soa como o fim do mundo em estéreo. Ouvir “War Pigs” ou “Iron Man” é como atravessar um campo minado com o peito aberto. É rock na sua forma mais bruta e profética.



2. The Clash – London Calling (1979)

 The Clash – London Calling (1979)
Imagem: Reprodução

O punk cresceu, pegou um mapa e explodiu fronteiras. London Calling é aquele disco que rasga rótulos com os dentes. Punk, reggae, ska, rockabilly – tudo cabe aqui, tudo queima aqui. Joe Strummer e companhia cantam sobre revoluções, ruínas, desesperanças urbanas, mas com um espírito vibrante, inquieto, cheio de fogo. Um disco que prova que o rock também é política, é identidade, é urgência.




3. Nirvana – Nevermind (1991)

Nirvana – Nevermind (1991)
Imagem: Reprodução

Quando o grunge engoliu o mundo, foi com essa capa de bebê e esse som de desespero bonito. Nevermind não foi só sucesso – foi colapso, foi ruptura. De repente, o centro do rock estava nos porões de Seattle, nos garotos fodidos, nos gritos de dor que soavam como poesia. “Smells Like Teen Spirit” virou hino de uma geração cansada de mentiras. E Cobain, sem pedir licença, virou lenda.




4. Raul Seixas – Krig-Há, Bandolo! (1973)

 Raul Seixas – Krig-Há, Bandolo! (1973)
Imagem: Reprodução

O rock tem muitas pátrias, e no Brasil, Raul foi seu profeta. Em Krig-Há, Bandolo!, ele mistura filosofia barata com genialidade crua, Elvis com Aleister Crowley, sertão com psicodelia. É um disco que ri da própria tragédia e cospe na caretice com ironia e loucura. “Ouro de Tolo”, “Mosca na Sopa”, “Metamorfose Ambulante” – cada faixa é um soco, uma gargalhada, uma epifania. Raul é o caos necessário.



5. Rage Against the Machine – Rage Against the Machine (1992)

Rage Against the Machine (1992)
Imagem: Reprodução

Se o rock é revolta, esse disco é dinamite. O álbum de estreia do Rage é puro impacto: riffs cortantes, rimas inflamadas, batidas de guerra. Zack de la Rocha grita contra racismo, violência policial, capitalismo selvagem – e ninguém sai ileso. “Killing in the Name” ainda é trilha de protesto mundo afora. Porque algumas músicas não envelhecem – elas continuam lutando.



BIS – Ramones – Ramones (1976)

Ramones (1976)
Imagem: Reprodução

Direto do porão de Nova York pro resto do mundo. Um, dois, três, quatro – e nada mais era igual. O disco de estreia dos Ramones tem pouco mais de 29 minutos, 14 faixas e nenhum segundo de enrolação. É como se alguém tivesse destilado o espírito do rock em sua forma mais pura: rápida, crua, suada.


“Blitzkrieg Bop”, “Judy Is a Punk”, “Now I Wanna Sniff Some Glue” – tudo soa como se tivesse sido feito ontem. Porque os Ramones não envelhecem: eles sobrevivem no coração de quem ainda acredita que uma guitarra barulhenta pode salvar o dia.





Seja no berro do punk, na distorção do metal ou no delírio do rock nacional, cada um desses discos carrega a centelha que fez o rock resistir ao tempo. E hoje, mais do que nunca, vale lembrar: o rock não morreu. Ele só mudou de endereço – e continua morando dentro de quem ainda sente.

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