Wet Leg lança “moisturizer”: amor maníaco, guitarras pegajosas e a glória esquisita de ser diferente
- Marcello Almeida
- há 7 dias
- 2 min de leitura
A Wet Leg não quer agradar. Ela quer existir — do jeito mais barulhento, sincero e estranho possível. E, com moisturizer, consegue exatamente isso

A espera acabou, os cabelos estão molhados e o som, mais do que nunca, é deliciosamente estranho. A Wet Leg está de volta com seu segundo álbum, moisturizer — uma pancada pop torta, elétrica e afetiva, que prova por que a dupla da Ilha de Wight se tornou um dos nomes mais queridos (e esquisitos) do Reino Unido nos últimos anos.
Divertido, pulsante, mais delicado e pervertido nos momentos certos, o disco mergulha de cabeça num mar de canções de amor obsessivas, despedidas afiadas e refrões que grudam como gloss barato. E sim — é uma evolução. Não no sentido chato da palavra. Mas no sentido suado, sujo, bonito, vivo.
Depois de anos em turnê sem parar, moisturizer soa como o grito de quem dominou o caos e aprendeu a se divertir com ele.
Tiny Desk, mas com presença gigante
Como parte da nova fase, a Wet Leg estreou presencialmente no mítico Tiny Desk Concert da NPR — sua primeira vez na sede da rádio em Washington, já que em 2021 haviam gravado direto de um pub na Ilha de Wight. Agora, o palco é outro, mas o espírito é o mesmo: guitarra, deboche, ternura e distorção.
O setlist traz quatro faixas do novo disco: os singles “mangetout” e “11:21”, além das inéditas “davina mccall” e “CPR”, que já chegam como favoritas instantâneas dos fãs. É a Wet Leg sendo Wet Leg: confusa, charmosa, incisiva e livre.
De Glastonbury a Hackney: onde quer que estejam, o caos vai junto

No mês passado, a banda fez seu retorno triunfal ao Glastonbury Festival, depois de lotar o palco The Park em 2022. Desta vez, subiram ao Other Stage com a mesma energia descompromissada que virou assinatura. A performance de “CPR”, já disponível no YouTube, é uma aula de como fazer tudo errado do jeito certo — e ainda assim emocionar.
E pra quem estiver em Londres, um último convite surreal: no sábado, 12 de julho, a banda arma um pop-up especial de moisturizer no Hackney Furniture (85 Mare Street). Vai ter The Goblin pra fotos, cerveja morna, vinis em edição limitada e aquele clima de festa onde tudo parece estar prestes a desmoronar — mas no fundo, é só a Wet Leg sendo quem é.
Mais do que hype: um manifesto torto sobre amar, perder e berrar no microfone errado
moisturizer não é apenas um segundo álbum. É uma carta de amor ao desconforto, ao desejo, às risadas nervosas e aos relacionamentos que explodem no segundo refrão. Um disco sobre ser menina, ser bicho, ser bizarra — e ainda assim comandar tudo de salto, moletom ou meia arrastão.
A Wet Leg não quer agradar. Ela quer existir — do jeito mais barulhento, sincero e estranho possível. E, com moisturizer, consegue exatamente isso.
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