Tom Morello diz que trio irlandês Kneecap é o “Rage Against The Machine de agora”
- Marcello Almeida

- 11 de jul.
- 2 min de leitura
“O que eles estão fazendo é o que mais pessoas deveriam fazer na vida"

Tom Morello, eterno incendiário das guitarras e das ideias, voltou a acender o pavio da cena político-cultural ao declarar, com todas as letras, que o trio de hip-hop irlandês Kneecap representa, hoje, o mesmo espírito combativo e revolucionário que fez do Rage Against The Machine uma das bandas mais influentes do planeta.
A fala foi ao ar no programa The Strombo Show, apresentado por George Stroumboulopoulos, quando o nome do grupo surgiu em uma discussão sobre artistas jovens que ainda têm coragem de provocar o sistema. Morello não vacilou:
“Eles estão no topo da lista. São claramente o Rage Against The Machine de agora.”
Mais do que elogios, Morello fez questão de defender os integrantes do Kneecap, que vêm enfrentando sérias acusações de terrorismo no Reino Unido, após uma apresentação em novembro de 2024 em que foi exibida uma bandeira do Hezbollah — episódio que acendeu o alerta das autoridades britânicas. Desde então, o trio também perdeu o empresário americano, especialmente após seu discurso inflamado contra a ofensiva de Israel em Gaza durante o Coachella 2025, quando acusaram o Estado de “genocídio”.
Para Morello, a postura da banda não apenas é legítima — é necessária:
“O que eles estão fazendo é o que mais pessoas deveriam fazer na vida: falar a verdade ao poder. Kneecap não são terroristas. Terrorismo são 20 mil crianças palestinas mortas.”
A fala corajosa ecoa o tom que sempre marcou sua trajetória, seja como membro do Rage Against The Machine, seja em sua carreira solo ou nos palcos com o Audioslave, Prophets of Rage e tantas causas pelas quais já se levantou. Morello enxerga no Kneecap a continuidade de uma luta sonora e ideológica que atravessa décadas.
Misturando batidas pesadas, versos cortantes e o uso provocador do gaélico — língua nativa da Irlanda —, o Kneecap tem se tornado uma síntese rara de música, identidade e resistência política, num cenário em que poucos ainda têm coragem de se posicionar.
E Morello não para por aí. Além do Kneecap, ele destacou o trabalho de outras bandas que também estão chamando sua atenção por ousarem desafiar o establishment: The Neighborhood Kids e Nova Twins.
Se o Rage se calou nos palcos, sua mensagem segue ecoando em vozes novas, com sotaques diferentes, mas com a mesma urgência no peito.















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