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Bruce Springsteen faz homenagem ao Soul e R&B em 'Only the Strong Survive'

Um bom disco, certeiro na medida certa

Foto: Danny Clinch.

 


 

Álbum de covers ou de homenagens é algo muito fácil de ser encontrado em vários gêneros musicais. Alguns dão certo, seja em repertório, sonoridade ou os dois como acontece em “Gal Canta Caymmi” da saudosa Gal Costa e “Rock 'n' Roll” de John Lennon. Outros cujo resultado não foi positivo como “As Dez Mais” da banda Titãs. E há casos que dão certo e emocionam na medida certa como, "Only the Strong Survive", um álbum de covers do gigante Bruce Springsteen.


"Only the Strong Survive" é uma bonita homenagem ao Soul e R&B estadunidense que o The Boss fez para celebrar e homenagear cantores e grupos musicais que ele ouviu ao longo da vida com o uso de sua inconfundível voz e sua poderosa guitarra como forma de apresentar esses artistas e canções para as diversas gerações de pessoas ao redor do mundo.

 


 

O disco possui 15 músicas que entoam as oscilações emocionais que ele pontualmente representa. O trabalho inicia com a faixa título que é uma regravação clássica de Jerry Butler, a canção possui um arranjo bem legal, onde a sonoridade remete a fase entre o fim dos anos 70 e o início dos 80, que apesar de ser tímida, é aceitável. “Nightshift” se comporta muito bem através de uma sonoridade que se torna um dos pontos altos do trabalho, uma mistura maravilhosa entre o rock, folk e o pop, deixando a sensação de que Springstten fosse membro do grupo The Commodores, donos da versão original dessa bela canção.

"Do I Love You (Indeed I Do)" é uma interpretação de encher os olhos e os ouvidos de emoção com uma atmosfera agradável e contagiante. Sam Moore participa das canções “Soul Days” e “I Forgot to Be Your Lover", ambas trazem um ar agridoce, camadas nostálgicas, que refletem variadas emoções com interpretações distintas e desconexas entre si.

"The Sun Ain't Gonna Shine Anymore" e "Hey, Western Union Man" são bonitas baladas, mas que ficaram mais contidas. Já “I Wish It Would Rain” e "Don't Play That Song" que são regravações de The Temptations e Aretha Franklin, representam mais um ponto alto do trabalho, ao mostrarem bem a força da voz de Springsteen. "Someday We'll Be Together" é bem conhecida por ser a última música que Diana Ross gravou com The Supremes, a faixa trouxe um bom encerramento ao disco com uma sonoridade bem convincente.

 


 

“Only the Strong Survive” não é o melhor disco de Bruce Springsteen dos últimos anos, mas, chega perto do nível de excelência de “Western Stars” de 2019 e “Letter To You” de 2020, que são respectivamente o antepenúltimo e o penúltimo disco, lançados pelo artista até o momento. Entende-se a vontade dele de celebrar os 50 anos dos seus primeiros discos “Greetings from Asbury Park, N.J.” e “The Wild, the Innocent & the E Street Shuffle” que foram lançados em 1973 como um disco especial, mas é bom ressaltar que fazer e lançar um álbum de covers é algo sempre bastante arriscado que pode dar certo ou não. No caso de Springsteen deu certo, só que precisava ser ainda um pouco mais aperfeiçoado, mesmo assim, é bom ver que ele mostra que sempre tem inspiração e que sua sonoridade ainda impacta, emociona e vibra corações, mentes e ouvidos ao redor do planeta com seu carisma e cancioneiro ao apresentarem sempre uma pessoa que é ama a vida e a música com um repertório admirável.

 

Only The Strong Survive

Bruce Springsteen


Gênero: Soul, R&B, Rock

Lançamento: 11 de novembro de 2022

Ouça: “Nightshift”, "Do I Love You (Indeed I Do)", "Don't Play That Song"



 

NOTA DO CRÍTICO: 7,5

 

Veja o videoclipe da música "Nightshift"



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