“As Cidades Invisíveis”, um ótimo e inesquecível romance de Italo Calvino, com viagens e imaginação
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“As Cidades Invisíveis”, um ótimo e inesquecível romance de Italo Calvino, com viagens e imaginação

"Aquela manhã em Dorotéia senti que não havia bem que não pudesse esperar da vida."

Imagem: Divulgação


Em 15 de outubro de 2023, celebra-se o 100º aniversário de nascimento do renomado escritor italiano de origem cubana, Italo Calvino, que revolucionou a literatura com sua escrita perspicaz e ágil. Um dos seus livros mais lidos, traduzidos e amados é “As Cidades Invisíveis”, que aborda viagens e imaginação à exaustão, ao mesmo tempo que explora seu legado literário, que é bastante influenciador, atemporal e único para leitores, escritores e estudiosos.


O livro foi lançado no ano de 1972, e nele temos o encontro do navegador veneziano Marco Polo e o imperador mongol Kublai Khan. Nesse encontro, o europeu conta ao asiático a descrição das cidades que Marco Polo fez pelas cidades império de Kublai Khan, com o objetivo de o conquistador asiático montar um mapa mundo do seu império. Através do uso da imaginação, do humanismo e de colocar esses lugares como protagonistas, Marco Polo faz o leitor viajar por esses lugares com suas descrições, experiências e complexidades.



É preciso salientar que, apesar de o livro ser curto em número de páginas, ele possui um grande uso de metáforas e figuras de linguagem. Isso inicialmente pode assustar quem não conhece sua literatura, mas, assim que compreende esse detalhe, a leitura se torna fluida, agradável e marcante por saber fazer bem o uso de uma prosa com elementos de poesia.

Ao longo da história, o navegador Marco Polo viaja durante 55 cidades. Elas são descritas com nomes femininos e são divididas em 11 grupos temáticos, onde cada um tem 5 cidades. Isso mostra o quanto que cada lugar tem sua beleza, individualidade e dimensão analisada de forma bem precisa.


A obra possui uma singularidade única que mistura Realismo Mágico com Literatura de Viagem. Isso é mostrado através de elementos que pode perceber a interação de Marco Polo com essas cidades, ao trazer uma amplitude grandiosa que consegue mostrar suas diferentes culturas, a dimensão de seus territórios e seus contrastes, com uma descrição admirável.


Além disso, as cidades, que, apesar de serem invisíveis, são mostradas de forma bem realística, o que mostra o uso exemplar de sua ficção e imaginação. Esse mérito se deve ao seu autor, Italo Calvino, porque ele fez uma escrita que consegue fazer o leitor sentir, pela sua escrita imersiva, sagaz e atenta, esses lugares, enquanto consegue fazer reflexões precisas com o uso de diálogos impactantes.



"As Cidades Invisíveis" é um livro fascinante que serve como uma ótima porta de entrada para conhecer o grandioso e espetacular universo criativo de Italo Calvino. Mostra o porquê o autor italiano merece estar em todas as estantes de livros existentes, com sua linguagem cheia de profundidades e personagens bem caricatos. Envolve o leitor em uma viagem por cidades que encantam por seus detalhes personalíssimos, que fazem delas serem encantadoras por suas belezas.


Mostra, com idoneidade e sinceridade, os contrastes que cada cidade possui, reflexões filosóficas e sociais sobre como cada pessoa tem percepção e visão diferente sobre as mais diversas coisas e os mais variados temas. Traz vivências e complexidades interessantes e consagra um romance que encanta por sua sensibilidade.


A obra possui uma narrativa extraordinária e um enredo magnífico que coloca de forma definitiva o romance como um dos melhores escritos e lançados ao longo do século XX, com direito a muitas traduções e diversos aplausos pelo mundo afora, pois Italo Calvino fez do livro um marco atemporal na literatura mundial.

 

As Cidades Invisíveis

Italo Calvino



Gênero: Romance, Ficção

Idioma: Italiano

Ano de lançamento: 1972


 

NOTA DO CRÍTICO: 9,0

 

Descrição do autor:


Em 15 de outubro de 1923 nascia o escritor italiano Italo Calvino. Natural de Cuba, mas de família italiana, formou-se em Letras. Participou da resistência ao fascismo durante a Segunda Guerra Mundial. Sua literatura se destacou por ser ágil, sincera e perspicaz. Em 1972 lançou "As Cidades Invisíveis", um de seus livros mais famosos. Faleceu em 19 de setembro de 1985 aos 61 anos.




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