Ainda Estou Aqui é eleito um dos melhores filmes de 2025 pelo New York Times
- Marcello Almeida
- há 2 dias
- 2 min de leitura
Fernanda Torres fez história. Walter Salles voltou como um gigante. E o Brasil, enfim, levou seu primeiro Oscar

Na última sexta-feira (23), o New York Times publicou sua aguardada lista com os melhores filmes de 2025. E entre os gigantes da temporada, lá estava ele: Ainda Estou Aqui. O longa brasileiro que venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional e conquistou o coração da crítica global — inclusive de Alissa Wilkinson, que escreveu sobre a obra com o mesmo fervor de quem assiste a algo eterno.
Na crítica, Wilkinson elogia a atuação de Fernanda Torres como uma força viva no papel de Eunice Paiva, mulher do deputado Rubens Paiva, sequestrado e desaparecido pela ditadura militar. Ela fala sobre camadas. Sobre intensidade. Sobre dor. E sobre como Torres traz tudo isso com delicadeza, sem nunca soltar o pulso.
Apesar de ter circulado em exibições limitadas em Los Angeles e Nova Iorque, o filme chegou oficialmente ao público em janeiro de 2025, pela Netflix — o que o qualificou na corrida deste ano.
E que corrida.
Entre os principais concorrentes estavam Emilia Pérez, O Brutalista, Conclave, Anora e Ainda Estou Aqui. Todos grandes filmes. Mas só um venceu com a alma.
Dirigido por Walter Salles, o mesmo cineasta de Central do Brasil, o longa foi indicado a três prêmios: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, para Fernanda Torres. E foi com essa produção que o Brasil, depois de tantas vezes bater na trave, finalmente subiu ao palco da Academia. Um feito histórico. Incontestável. Justo.
Ainda Estou Aqui levou o prêmio de Melhor Filme Internacional e se tornou o primeiro filme brasileiro a vencer um Oscar.
O grande vencedor da noite foi Anora, dirigido por Sean Baker, que faturou cinco estatuetas, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Atriz para Mikey Madison. Baker, aliás, quebrou um recorde inédito: levou quatro Oscars pelo mesmo filme. Mas isso não apagou o brilho do Brasil.
Baseado nas memórias reais de Marcelo Rubens Paiva, Ainda Estou Aqui é ambientado no Brasil de 1971, em plena repressão da ditadura militar. A narrativa acompanha Eunice Paiva, mãe de cinco filhos, que vê sua vida implodir quando o marido, Rubens, desaparece sob custódia da Polícia Militar. A dor se transforma em resistência. E a resistência vira história.
É um filme sobre perda, sobre luta, sobre maternidade e sobre país. Um filme que sangra Brasil em cada plano. E que, por isso mesmo, venceu.
Disponível no Globoplay, Ainda Estou Aqui não é só um filme. É um grito de memória. E ninguém que viveu esse momento jamais vai esquecer.