Wolf Alice encontra seu caminho ao sol com o exuberante 'Blue Weekend'
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Wolf Alice encontra seu caminho ao sol com o exuberante 'Blue Weekend'

Atualizado: 18 de dez. de 2023

O som de uma banda que encontou o seu caminho.

Wolf Alice
Imagem: Reprodução.

'Blue Weekend', terceiro álbum dos londrinos do Wolf Alice, liderados pela graciosa e talentosa Ellie Rowsell, marca o retorno triunfal da banda com canções magistrais cercadas de uma beleza contagiante que definitivamente coloca o grupo no seu lugar ao sol. São melodias que abraçam tanto o Rock Alternativo quanto o Indie Rock e o Shoegaze, criando camadas oníricas que conseguem, fácil fácil, tirar você do seu estado natural, com inúmeras reações e emoções de arrepiar os cabelos do corpo inteiro.



Wolf Alice já se mostrava uma banda talentosa desde 'My Love Is Cool', lançado em 2015, passando pelo exuberante 'Visions Of A Life', de 2017. O novo trabalho é como se fosse o equilíbrio pontual e certeiro da banda, o ápice criativo e intimista, onde Ellie explora o seu lado mais sensível em suas composições.


As guitarras frenéticas e distorcidas são deixadas de lado e dão espaço para acordes bem mais trabalhados e melódicos. Composições mais livres e soltas passam confiança e harmonia. Cada música representa sua própria história, e com isso, você pode apreciar cada uma delas isoladamente. Sem sombra de dúvidas, a banda vive o seu melhor momento, como se estivessem mais confortáveis no mundo e livres para ousar e experimentar novos elementos.



"The Beach" já prenuncia toda a grandeza e desenvoltura com guitarras bem mais trabalhadas e aquele vocal inconfundível de Ellie, capaz de te levar para outra dimensão. Você fica com aquela impressão de estar dentro de uma trilha sonora de uma obra cinematográfica.


Tudo soa tão equilibrado e contagiante, como se banda refinasse a forma mais pura do Wolf Alice. Não tem como negar, estou diante de um álbum triunfante de guitarra que também é experimental e agradável.

"Delicious Things" parece evocar o estilo de David Bowie, com camadas mais espaçadas. Parece que eles estão brincando de fazer música, jogando coisas e mais coisas por cima da gravação, e acertam de mão cheia, pois encontraram um meio-termo no processo criativo e de criar lindas canções. Talvez esse seja o jeito do Wolf Alice, e eles traduzem isso da melhor forma em 'Blue Weekend'.


Em um disco cheio de ecletismo tão sólido, não existe um tema predominante. As canções falam muito de relacionamentos, amigos, amor e ansiedade. Diferentes músicas para diferentes estados de espírito. Você pode entrar em êxtase com a linda "How Can I Make It Ok?" (um dos pontos altos do disco) ou se aporrinhar com "Play the Greatest Hits"; sentir-se prestigioso com "Feeling Myself" e dar vários gritos libertadores com "No Hard Feelings".



A entrega vocal de Ellie é algo que torna essas canções sensíveis, sucintas, diretas e comoventes. Experimente a incrível experiência de embarcar na atmosfera intimista e convidativa da estonteante "The Last Man on Earth", algo inexplicável em palavras. Uma canção feita para multidões em festivais. Fico aqui imaginando isso sendo reproduzido ao vivo! Desafiadoramente alto e lindamente silencioso - o som de uma banda que encontrou o seu caminho.

 

Wolf Alice


Álbum: Blue Weekend

Lançamento: 4 de junho de 2021

Gênero: Rock Alternativo, Indie Rock e Shoegaze

Ouça: "How Can I Make It Ok?", "The Last Man on Earth" e "No Hard Feelings"


 

NOTA DO CRÍTICO: 10

 

Ouça Blue Weekend aqui embaixo







 

Veja a linda apresentação de "The Last Man on Earth" ao vivo


 

Marcello Almeida

É editor e criador do Teoria Cultura.

Pai da Gabriela, Técnico em Radiologia, flamenguista, amante de filmes de terror, adora bandas como: Radiohead, Teenage Fanclub e Jesus And Mary Chain. Nas horas vagas, gosta de divagar história sobre música, cinema e literatura.

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