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Robert De Niro critica Trump em Cannes: “Ele é um valentão, e você não pode deixar valentões vencerem”

Durante discurso de aceitação da Palma de Ouro, De Niro defende a democracia, denuncia autoritarismo e convoca a sociedade a resistir

Robert De Niro
CRÉDITO: Andreas Rentz/Getty Images

Durante o Festival de Cannes, onde recebeu uma Palma de Ouro honorária, Robert De Niro voltou a criticar duramente Donald Trump, reafirmando sua postura como uma das vozes mais ativas contra o ex-presidente dos Estados Unidos.



Em entrevista ao The Guardian, De Niro comentou que estar fora dos EUA, para aceitar o prêmio, representava um breve alívio diante da instabilidade política que domina o país.


“Precisamos parar o que está acontecendo, é insano”, disse o ator. “Não podemos ter apatia e silêncio. Você tem que se manifestar e correr o risco de ser assediado.”


Durante seu discurso de aceitação, o astro de Cassino aproveitou a ocasião para atacar o que chamou de “presidente filisteu da América”. Ele também convocou o público do festival e os fãs de cinema a agirem “sem violência, mas com grande paixão e determinação”,


incentivando a organização, o protesto, o voto e a demonstração de força coletiva.


Ao ser questionado sobre os riscos de se posicionar contra Trump, De Niro foi direto:


“Sim, você sempre pensa nisso, é claro”, respondeu. “Mas estou velho demais para tudo isso. O homem é um valentão, e você não pode deixar valentões vencerem. Se um valentão pede seu dinheiro do lanche na segunda-feira, ele vai querer mais na terça. Você precisa enfrentá-lo. E eu não conseguiria me encarar se não o fizesse.”



Ele também criticou figuras políticas como Marco Rubio, insinuando conivência diante de ataques a aliados internacionais.


“Vejo o Rubio sentado enquanto eles [Trump e JD Vance] atacam Zelenskyy, depois de todas as vezes que ele defendeu a Ucrânia no passado. E penso: o que diabos ele diz aos filhos sobre isso? Isso não será esquecido. Historicamente, isso não será esquecido.”


A fala do ator vem em meio a novas declarações de Trump, que anunciou a intenção de aplicar tarifas de 100% sobre filmes produzidos fora dos EUA como forma de “salvar” a indústria cinematográfica americana. Apesar de ter suavizado posteriormente o tom, afirmando que deseja ajudar o setor e que ouvirá representantes da indústria, a proposta gerou apreensão generalizada.


De Niro, por sua vez, acredita que muitos profissionais do setor compartilham de suas críticas.


“Acho que não é verdade que a indústria não está comigo. Mas eles fazem parte de um grande negócio. Precisam se preocupar com a ira de Trump e tomam decisões com base nisso. ‘Eu cedo ou digo não?’ Algumas universidades já disseram não. Alguns escritórios jurídicos disseram não. E isso é importante porque inspira outras pessoas. Dá força e inspira à luta.”



Recentemente, a Federação Americana de Músicos (AFM) saiu em defesa de artistas como Taylor Swift e Bruce Springsteen, também atacados por Trump nas redes sociais.



Tags: Robert De Niro, Donald Trump, Cannes 2025, Palma de Ouro, política e cinema, indústria cinematográfica, censura, liberdade de expressão.

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