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Oito músicas do Franz Ferdinand que provam que o indie rock dos anos 2000 é f@d@

Um riff pode incendiar uma geração, e uma batida pode transformar o rock em pista de dança

Franz Ferdinand
Imagem: Divulgação

O início dos anos 2000 foi um renascimento para o rock. Entre guitarras afiadas, ironia debochada e refrões que grudavam na pele, surgia o pós-punk revival: uma leva de bandas que resgatava a energia dos anos 70 e 80, mas com frescor contemporâneo. O Franz Ferdinand foi um dos nomes centrais dessa revolução sonora. Vindos de Glasgow, eles provaram que o indie podia ser tão dançante quanto visceral, tão pop quanto artístico, tão noturno quanto explosivo.



Aqui, oito músicas que justificam por que o indie dos anos 2000 não foi apenas uma moda passageira, mas um marco cultural — e por que o Franz Ferdinand segue sendo seu emblema mais incendiário.


Take Me Out (2004)

Take Me Out (2004) - Franz Ferdinad
Imagem: Reprodução/YouTube

A canção que mudou tudo. O início quase falso, lento, enganando o ouvinte, até que, de repente, o ritmo cai como um trovão. “Take Me Out” é mais que um single: é a certidão de nascimento de uma geração indie que queria transformar guitarras em dança e dança em guitarras. O riff é cortante, o refrão é libertador e a música virou um hino instantâneo, daqueles que colocam multidões para se mover como se estivessem dentro de um só corpo.


Foi com essa faixa que o Franz Ferdinand mostrou ao mundo que havia um novo caminho para o rock. Um caminho que passava pela pista de dança, mas sem perder o suor, a fúria e a crueza.



This Fire (2004)

This Fire (2004) - Franz Ferdinand
Imagem: Reprodução/YouTube

“This fire is out of control…”. Com um refrão que parece gritar de dentro de um incêndio, a faixa é pura combustão. O ritmo pulsante, quase tribal, se mistura a guitarras cortantes e a um vocal que mais incita do que canta. É música de festa, mas também de insurreição: uma canção que não apenas embala, mas convoca.


Em meio ao caos, o Franz Ferdinand cria ordem — ou melhor, cria celebração. “This Fire” é indie como manifesto, rock como combustível para noites que parecem nunca acabar.



Do You Want To (2005)

Do You Want To (2005) - Franz Ferdinand
Imagem: Divulgação

O deboche elevado à categoria de hit. “Lucky lucky, you’re so lucky!” é uma ironia que ecoou nas rádios, nos bares e nos festivais. A faixa é provocadora, cheia de energia elétrica, como se fosse feita sob medida para desafiar a seriedade do rock. O Franz Ferdinand mostrava, assim, que podia rir de si mesmo e, ainda assim, criar um refrão impossível de ignorar.


É a síntese de uma banda que sabia transformar sarcasmo em pop, atitude em entretenimento, mostrando que o indie 2000 não precisava ser sisudo para ser marcante.




The Dark of the Matinée (2004)

The Dark of the Matinée (2004) - Franz Ferdinand
Imagem: Reprodução

Estranha, torta e irresistível. “The Dark of the Matinée” é quase um retrato do próprio indie: fora do eixo, mas cheio de charme. O baixo hipnótico guia a melodia enquanto as guitarras soam como lâminas afiadas em sincronia. É música que de início desconcerta, mas logo prende — e não larga mais.


Aqui, o Franz Ferdinand confirma sua habilidade de fazer o inesperado soar inevitável. O resultado é uma faixa que se tornou assinatura, misturando dança e estranheza em igual medida.


Michael (2004)

Franz Ferdinand
Imagem: Reprodução

Uma das canções mais ousadas do indie 2000. “Michael” é sedutora, ambígua, carregada de energia sexual e homoerótica — algo raríssimo de se ouvir em uma banda de rock mainstream daquela época. A batida é pulsante, quase um convite para a pista, enquanto a letra quebra tabus e brinca com os limites da provocação.


Ao lançar essa faixa como single, o Franz Ferdinand mostrou que não tinha medo de confrontar normas e provocar desconforto. É pop, é rock, é desejo em forma de música — um dos momentos mais icônicos da banda.



Walk Away (2005)

Walk Away (2005) - Franz Ferdinand
Imagem: Reprodução/YouTube

Se o indie 2000 ficou marcado pelo hedonismo dançante, “Walk Away” mostra o outro lado: a melancolia, a vulnerabilidade, a ressaca emocional. A faixa tem um tom sombrio, quase decadente, com guitarras que parecem suspensas no ar, ecoando um clima de despedida.


É uma prova de que o Franz Ferdinand não se resumia apenas à ironia e ao deboche. Havia espaço para a fragilidade, para a dor e para uma espécie de romantismo trágico que também definia aquela geração.



Ulysses (2009)

Ulysses (2009) - Franz Ferdinand
Imagem: Reprodução

Com o álbum Tonight, o Franz Ferdinand mergulhou mais fundo em experimentações eletrônicas. “Ulysses” é a prova dessa virada: batidas mais densas, sintetizadores infiltrados, mas sem perder o balanço característico. O título evoca a jornada do herói, e de fato soa como uma travessia, uma aventura sonora que amplia os limites do que a banda podia ser.


É um Franz Ferdinand mais maduro, mas ainda com a inquietação que os fez grandes. “Ulysses” mostra que o indie dos anos 2000 também sabia se reinventar sem perder a essência.



No You Girls (2009)

No You Girls (2009) - Franz FERDINAND
Imagem: Reprodução

Sedutora e sarcástica, essa música soa como um flerte à meia-luz. O baixo arrastado, quase funk, sustenta o sarcasmo do refrão: uma dança entre desejo e ironia. “No You Girls” prova que o Franz Ferdinand sabia ser sexy sem nunca soar vulgar, mantendo a mesma inteligência cortante de seus primeiros sucessos.


Se os anos 2000 foram a era em que o rock voltou a ser cool, esta faixa é uma de suas justificativas. É indie para dançar, mas também para rir — e para lembrar que nada é mais sério do que a diversão.



O Franz Ferdinand não apenas ajudou a construir o indie dos anos 2000 — eles o transformaram em linguagem universal. Oito músicas bastam para provar que o movimento foi muito mais que uma onda: foi um fogo que até hoje arde nas pistas, nos fones de ouvido e na memória de uma geração que aprendeu a dançar com guitarras.

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