Oasis está de volta — mas por quanto tempo?
- Marcello Almeida
- há 21 horas
- 2 min de leitura
Atualizado: há 5 minutos
Veremos o que essa turnê vai dizer

Há algo de quase mitológico no retorno do Oasis. Um acontecimento que parecia fadado à ficção, ao “e se?”, finalmente se materializa como realidade: Liam e Noel Gallagher voltarão aos palcos, juntos, em 2025.
Mas se engana quem acha que esse reencontro significa reconciliação, ou ainda mais: recomeço.
Em uma entrevista à Music Week, Alec McKinlay — empresário da banda, diretor da Ignition e da Big Brother Recordings — deixou claro que a volta do Oasis é uma celebração do passado. Um presente aos fãs. Mas não uma promessa de futuro.
“Esta é realmente a última vez, como Noel já deixou claro à imprensa. É uma chance para os fãs que nunca viram a banda ao vivo poderem vê-la, ou pelo menos alguns deles.”
Palavras que soam como um adeus ensaiado, mesmo antes do primeiro acorde.
A turnê, com início marcado para 4 de julho em Cardiff, terá 41 datas e passará por estádios em diversos continentes. É o maior retorno da história recente da música britânica: mais de 10 milhões de pessoas de 158 países disputaram ingressos no ano passado. Para se ter ideia, nenhum outro artista provocou tamanho impacto com o anúncio de uma turnê no Reino Unido e na Irlanda. Detalhe: a parte boa de toda essa história é que eles irão passar por aqui.
McKinlay revela que o plano vinha sendo arquitetado em silêncio há muito tempo:
“O grupo de pessoas que sabia disso com antecedência era muito restrito. Estávamos trabalhando com pessoas de confiança. O momento em que foi anunciado foi um salto no escuro em relação ao tamanho da reação. Quando tudo aconteceu, foi simplesmente fenomenal. A reação foi basicamente: ‘Finalmente, uma boa notícia depois de tanta coisa ruim acontecendo no mundo.’”
E foi isso mesmo: um respiro. Um colapso emocional coletivo. Um alívio nostálgico — ainda que breve.
Mas para quem sonhava com um novo álbum, McKinlay foi direto:
“Não, não há planos para músicas novas.”
Os rumores sobre material inédito surgiram depois que Liam usou seu perfil no X para afirmar que um novo álbum “estava pronto” e que havia ficado “chocado” com as músicas escritas por Noel. Dias depois, voltou atrás: “estava brincando”, disse. Só que quem conhece Liam, sabe que suas “brincadeiras” costumam antecipar realidades — como aconteceu com a própria turnê de 2025, que ele sugeriu meses antes do anúncio oficial.
Mesmo assim, o empresário foi categórico: não haverá Knebworth 2026. Não haverá faixas novas. Apenas uma última dança com os fantasmas da juventude.
E talvez seja justamente esse o charme dessa reunião. Não como um novo começo, mas como um tributo — barulhento, grandioso e efêmero — ao que o Oasis representou: esperança em forma de guitarra. E caos, sempre caos, entre duas forças que nunca souberam coexistir… mas também nunca brilharam tanto separadas.
Se é mesmo a última vez, só o tempo dirá. Mas por ora, o mundo aguarda. Porque definitely maybe… ainda é melhor do que definitely never.