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Noel Gallagher e a última geração do rock britânico: Arctic Monkeys e Kasabian resistem ao tempo

Noel nunca escondeu sua opinião sobre o estado do rock

Noel Gallagher
Foto: Moffly / Taylor Creek Media / Depositphotos

Por mais de três décadas, Noel Gallagher se consolidou como um dos artistas mais influentes do rock britânico, especialmente por seu trabalho com o Oasis. A banda, formada por ele e seu irmão Liam Gallagher em 1991, cravou no imaginário coletivo hits como Wonderwall, Don’t Look Back in Anger e Champagne Supernova, servindo de inspiração para gerações de músicos.



Noel nunca escondeu sua opinião sobre o estado do rock, e em uma entrevista de 2012 ao Portland Mercury (via Far Out), fez uma afirmação contundente sobre o cenário britânico pós-britpop:


“As duas últimas grandes bandas que surgiram da Inglaterra foram o Kasabian e o Arctic Monkeys, e isso foi há mais de dez anos. Depois disso, em 10 anos, a Inglaterra não produziu, muito menos uma grande banda, nem mesmo uma boa. É triste se você pensar na Inglaterra como o centro do universo musical — nenhuma grande banda em dez anos. Que monte de merda.”


A declaração reflete um sentimento de nostalgia e frustração. Afinal, a Inglaterra foi berço de gigantes como The Beatles, The Rolling Stones, Pink Floyd, Led Zeppelin e tantas outras bandas que mudaram a história da música. Mas será que, de fato, o país parou de produzir grandes nomes?


O próprio Noel destaca duas exceções: Arctic Monkeys e Kasabian. Ambas surgiram nos anos 2000 e, mais de duas décadas depois, continuam relevantes.


Arctic Monkeys: do indie ao experimentalismo sofisticado


Quando o Arctic Monkeys apareceu em 2006 com Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not, o mundo viu nascer uma das bandas mais impactantes do indie rock. Com uma pegada urgente, letras afiadas e influências claras de britpop, a banda liderada por Alex Turner rapidamente se tornou um fenômeno.


Mas o diferencial dos Monkeys sempre foi a capacidade de evolução. O disco AM (2013) trouxe grooves inspirados em hip-hop, R&B e blues, enquanto Tranquility Base Hotel & Casino (2018) e The Car (2022) mergulharam em um som mais cinematográfico, sofisticado e introspectivo. O grupo passou de garotos barulhentos de Sheffield a uma banda que desafia os limites do gênero.




Kasabian: a fusão do rock com a eletrônica


O Kasabian surgiu com um espírito diferente, misturando rock com psicodelia e música eletrônica de um jeito que poucos conseguiram fazer. Seu disco de estreia, lançado em 2004, trouxe Club Foot, uma faixa que se tornaria um hino indie.


Com o passar dos anos, o Kasabian se reinventou, incorporando novas influências sem perder sua essência. Mesmo com mudanças na formação, incluindo a saída de Tom Meighan em 2020, a banda segue firme, provando sua relevância no cenário britânico.



O fim das grandes bandas?


A provocação de Noel Gallagher ressoa até hoje: será que o rock britânico realmente parou no tempo? Novos nomes surgiram, mas poucos alcançaram o status de gigantes como Oasis, Blur, Arctic Monkeys ou Kasabian. O cenário mudou, o consumo de música se transformou, e o rock perdeu espaço para outros gêneros.


Ainda assim, as bandas citadas por Noel continuam em evidência, provando que a chama do rock britânico ainda queime – talvez de forma diferente, mas ainda viva.

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