Neil Young rompe com a Amazon e convoca boicote contra as grandes corporações
- Marcello Almeida
- há 5 dias
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“Chegou a hora. ESQUEÇA A AMAZON. Em breve, minha música não estará mais lá

A rebeldia de Neil Young voltou a falar mais alto. O lendário cantor e compositor canadense anunciou que vai remover toda a sua discografia do Amazon Music, encerrando de vez sua relação com as gigantes do streaming.
A decisão, publicada em seu Neil Young Archives, marca mais um capítulo na cruzada do artista contra o que ele chama de “era do controle corporativo”.
“Chegou a hora. ESQUEÇA A AMAZON. Em breve, minha música não estará mais lá. É fácil comprar localmente. Apoie sua comunidade. Não volte para as grandes corporações que venderam a América.”
Young, de 78 anos, tem sido uma das vozes mais críticas da indústria digital. Em 2022, ele havia retirado suas músicas do Spotify em protesto contra a disseminação de desinformação sobre vacinas no podcast de Joe Rogan. Voltou em 2024, a contragosto, quando Apple Music e Amazon também passaram a hospedar o mesmo conteúdo. Agora, rompe novamente, e com mais força.
“Minha decisão surge no momento em que os serviços de música Apple e Amazon começaram a oferecer os mesmos recursos de podcast de desinformação aos quais me opus no Spotify. Não posso simplesmente deixar todos, pois minha música teria muito pouco espaço de streaming para os amantes da música”, escreveu o artista na época.
Mas, desta vez, a saída é definitiva. Além de deixar a Amazon, Neil Young fez um apelo por um boicote às corporações de tecnologia, incluindo Meta (controladora de Facebook e Instagram) e Whole Foods:
“Todos nós temos que abrir mão de algo para salvar os Estados Unidos da Era de Controle Corporativo em que estamos entrando. Eles precisam que você compre deles. Não compre. Eles paralisam nosso governo, sua renda, sua segurança, a saúde da sua família. Reúna os Estados Unidos, pare de comprar das grandes corporações. Apoie o comércio local. Faça a coisa certa. Mostre quem você é.”
O cantor também já havia abandonado o X/Twitter no final de 2023, após Elon Musk endossar uma teoria da conspiração antissemita.
“Estamos interrompendo todo o uso do X que podemos controlar. Por razões que deveriam ser óbvias para o homem mais rico da Terra, estamos tomando esta ação contra sua empresa.”
Mesmo à margem das plataformas que dominam o mundo digital, Neil Young segue no centro da resistência artística. Neste ano, ele voltou aos palcos com The Chrome Hearts, sendo headliner de Glastonbury 2025 e do BST Hyde Park, em Londres, além de shows em Dublin e outras cidades europeias.
Para um artista que nunca se curvou a modismos ou algoritmos, o gesto é mais do que simbólico, é um grito. Um lembrete de que, para Neil Young, a integridade sempre vale mais que o alcance.
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