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Luedji Luna lança “Antes que a Terra Acabe” e prova, mais uma vez, sua genialidade musical

Luedji Luna não apenas lança dois álbuns em um mesmo ano, mas cria uma dupla de obras que dialogam entre si e com o público, mostrando que é possível ser profundamente artística, popular e necessária ao mesmo tempo

Reprodução / Instagram
Reprodução / Instagram

Luedji Luna entrou definitivamente para o seleto grupo de artistas que marcaram a história da música ao lançar dois álbuns no mesmo ano — e com excelência. Em 2025, após encerrar sua trilogia oceânica com o aclamado Um Mar Pra Cada Um, lançado em 26 de maio, a cantora e compositora baiana surpreende o público com um novo e impactante disco: Antes Que A Terra Acabe, lançado em 13 de junho.



Ao lado de nomes como Miles Davis, Caetano Veloso, The Beatles, The Doors, Yes, Black Sabbath, Bob Dylan e Jimi Hendrix — todos artistas que lançaram dois grandes discos no mesmo ano — Luedji demonstra uma potência criativa rara. Se o álbum anterior mergulhava nas profundezas do afeto e da empatia, este novo trabalho é um grito mais terreno, solar e visceral, onde a artista escancara suas estranhezas, contradições e a complexidade do amor contemporâneo.

 

Com 10 faixas e cerca de 40 minutos de duração, Antes Que A Terra Acabe amplia ainda mais o espectro sonoro da artista. O disco conta com participações de peso como Seu Jorge, Arthur Verocai, Alaíde Costa, Robert Glasper, MC Luanna, Rapsody e Duda Raupp. A mistura de MPB, jazz, hip hop e soul cria uma sonoridade plural e vibrante, confirmando Luedji como uma das artistas mais inventivas do cenário musical atual.

 

A abertura do álbum, "Apocalipse", já entrega a densidade emocional e estética do disco. Com arranjos de Arthur Verocai e vocais de Seu Jorge, a canção mergulha na fragilidade humana diante do amor. O lirismo é tocante, e a sonoridade envolvente parece saída de um sonho cinematográfico.

 


Outro grande momento está em "Bonita", dueto com a lendária Alaíde Costa. A faixa é carregada de afeto e melancolia, traduzindo em música o encontro de gerações de mulheres negras na MPB — uma reverência carregada de beleza e significado.

 

Em "Pavão", Luedji une forças com MC Luanna e a rapper norte-americana Rapsody. A faixa mescla jazz, rap e MPB com maestria, abordando temas como autoimagem, força e desejo em versos potentes e ritmos que convidam à dança e à reflexão.

 

O cantor Duda Raupp participa de três faixas marcantes do disco: “Imã”, “Às Cegas” e “Outono”. Cada uma delas revela uma faceta distinta da musicalidade plural de Antes Que A Terra Acabe.

 

“Imã” apresenta uma atmosfera vibrante e cativante, com arranjos que equilibram leveza e intensidade em perfeita sintonia. Já “Às Cegas” é marcada por um suingue pulsante e envolvente, com batidas quentes que convidam ao movimento e à entrega emocional. A jornada sonora se encerra com “Outono”, última faixa do álbum, em que Duda Raupp divide os vocais com Luedji em uma composição delicada, embalada pelo piano refinado do jazzista Robert Glasper. Com forte lirismo poético e nuances jazzísticas, a faixa "Outono" finaliza o disco de maneira emocionante, reforçando sua identidade ecleticamente sofisticada.

 


Antes Que A Terra Acabe é mais do que uma continuação: é uma expansão. Luedji Luna não apenas lança dois álbuns em um mesmo ano, mas cria uma dupla de obras que dialogam entre si e com o público, mostrando que é possível ser profundamente artística, popular e necessária ao mesmo tempo. A diferença, apenas, é que Um Mar Pra Cada Um é mais conceitual enquanto que Antes Que a Terra Acabe é mais rítmico.

 

Com sua nova fase musical, Luedji confirma o que seus discos anteriores já sugeriam: ela é uma força vital da nova MPB. E mais do que isso — é uma artista que revoluciona, emociona e transforma com a música que faz. Que mais artistas tenham coragem de experimentar, se reinventar e nos surpreender como ela faz.

Ouça "Apocalipse"


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