Eduardo Salvalaio
- 10 de mai.
- 2 min para ler

Light Verse comprova o Folk fortalecido, contemporâneo e estimulador do Iron & Wine

As dez faixas do novo álbum tratam bastante de temáticas como aceitação e perseverança.

O Folk é um gênero que reformulou suas características e ampliou sua dinâmica através das décadas. Claro que também, assumindo um tom contemporâneo, foi se fundindo a outros gêneros e dessa forma surgiram várias ramificações como Folktronica, Neofolk, Psych Folk, entre outros.

Assim como aconteceu um Revival para o pós-Punk, podemos dizer que com o Folk não foi diferente. O gênero passou a adotar outros instrumentos, trocou letras de cunho tradicionalista e folclóricas por letras repletas de reflexões sócio-políticas com a função de conscientizar o ouvinte.

O gênero também fugiu do estigma de que era particularmente feito apenas por um único artista (citamos neste caso Bob Dylan e Carole King). Bandas como Fleet Foxes, Band Of Horses, Okkervil River e The Decemberists chegaram trazendo o gênero cercado de um espírito Rock bastante criativo e efusivo.

Samuel Ervin Beam é um desses artistas que vem fortalecendo o gênero após o início do Século XXI. Usando o pseudônimo de Iron & Wine, o músico já conta com uma abastada discografia. Discos como “The Shepherd’s Dog” (2007) e “Beast Epic” (2017) precisam fazer parte da biblioteca de qualquer ouvinte que tem o gênero como paixão ou mesmo aquele que deseja iniciar nessa sonoridade.

Cinco anos após "Years To Burn”, “Light Verse” (2024) chega após um período de silêncio do músico. Outro artista afetado pela pandemia, as dez faixas do novo álbum tratam bastante de temáticas como aceitação e perseverança.

Desde a abertura com ‘You Never Know’ percebemos como o Folk do Iron & Wine alcança nuances e sutilezas. Violinos, bandolim e camadas vocais dão a tônica de uma canção que mantém as raízes do Folk em sintonia com a música atual. ‘Anyone’s Game’ é uma faixa que mostra um músico sabendo trabalhar em sintonia com orquestrações, elementos eletrônicos e arranjos acústicos.

Sempre disposto a colaborações, aqui é Fiona Apple que faz um bonito dueto com o músico na faixa ‘All In Good Time’. ‘Tears That Don’t Matter’, embora comece tímida, gradualmente ganha peso com os vocais de Sam mais angustiantes em meio a um caos orquestrado.

A percussão minimalista junto a um violão dedilhado é o bastante para garantir a beleza de ‘Bag Of Cats’. ‘Sweet Talk’ recebe contorno Pop-Rock, com seu refrão e melodia fáceis de decorar e de sair pelas ruas cantarolando num dia de sol radiante.

Passando de duas décadas em atividade, Iron & Wine se consolida como um dos maiores representantes do Folk da atualidade. Mas estamos falando de um gênero que se modificou com o tempo, ganhou mais adeptos, tornou-se mais acessível. E o Iron And Wine percebeu isso bem.

Observação:

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