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Há um século nascia B. B. King, o rei que ensinou o mundo a sentir o blues

Atualizado: 17 de set.

A música é feita de feridas abertas, e B. B. King soube transformá-las em eternidade

B.B. King em 2011
B.B. King em 2011 - Foto: Neil Lupin / Redferns

Nesta terça-feira, 16 de setembro de 2025, o mundo da música celebra um marco histórico: os 100 anos de nascimento de B. B. King, o homem que transformou o blues em linguagem universal. Nascido em 1925, no Mississippi, ele carregou em suas mãos a memória de um povo, a dor da segregação e a resistência que só a música poderia traduzir. Mais do que um guitarrista, foi um contador de histórias, um intérprete da alma humana, alguém que sabia arrancar das cordas não apenas notas, mas confissões.



Sua inseparável “Lucille” não era apenas uma guitarra, mas a extensão de sua própria voz. Com ela, B. B. King criou solos emocionantes que ainda hoje parecem suspender o tempo, carregados de emoção e lirismo. Foi assim que ele popularizou o blues, levando-o dos bares do sul dos Estados Unidos para os maiores palcos do mundo. Artistas como Eric Clapton, Gary Clark Jr., Rolling Stones e até o U2 reconheceram nele a influência decisiva. Sem B. B. King, o rock como conhecemos dificilmente teria encontrado a mesma força.


Canções como The Thrill Is Gone se tornaram hinos de uma sensibilidade que não envelhece. Ao longo de sua carreira, King lançou dezenas de álbuns, venceu 15 Grammys, foi consagrado no Rock and Roll Hall of Fame em 1987 e manteve uma rotina incansável de shows até os últimos anos de vida. Partiu em 2015, aos 89 anos, mas deixou um legado que segue vivo em cada músico que aprende a sentir o que toca, e não apenas a executar notas.



Cem anos depois, B. B. King continua sendo a lembrança de que a música não é apenas entretenimento: é memória, luta, verdade. Sua obra atravessa gerações porque fala de algo maior que a técnica — fala de humanidade. O blues não seria o que é sem ele. O rock não seria o que é sem ele. E a música, de forma ampla, ainda ecoa sua lição: que a dor pode ser transformada em beleza, que a tristeza pode encontrar voz, que a arte pode ser eterna.


O rei se foi, mas sua coroa permanece intocada.



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