Esse você precisa ouvir: Patti Smith- 'Horses' uma obra-prima.

Hoje vou falar de Patti Smith e seu icônico álbum de estreia 'Horses', lançado em 10 de novembro de 1975. O disco é um clássico. Colocaria fácil, fácil em um top five de estreias. Isso porque ele une de forma magistral a poesia com o Punk. Características que fizeram Patti Smith ficar conhecida como a “poetiza do punk”.

Patti cresceu na cidade de Nova Jersey, seu pai era ateu, sua mãe era testemunha de jeová. E ela não se conformava muito com a religião, se vestia de maneira esquisita e sempre carregando aquele sentimento de que precisava mudar sua vida, foi quando ela começou a ouvir Rolling Stones, Velvet Underground, Jimi Hendrix e Bob Dylan. Isso impactou totalmente sua vida e serviu de inspiração e transformação pessoal. Smith abraçou o Rock como sua verdadeira religião. Encontrou na música o sentimento de liberdade que ela tanto buscava. Além disso, é uma grande escritora. Tem um livro dela sensacional, Só Garotos. Recomendo.

A intelectualidade do trabalho já começa pela emblemática e bela capa. O responsável por essa foto foi o grande amor de sua vida Robert Mapplethorpe. Foi uma foto tirada assim de maneira bem espontânea sem produções e se tornou uma das mais belas capas do Rock. 'Horses' é daqueles discos que você ouve e já se sente impactando logo de cara. Seja pela bela voz de Patti ou pelas letras intelectuais e poéticas. O álbum pode ser resumido como um Art Rock com um ProtoPunk, repleto de lirismo.

Um álbum simples e rudimentar embasado, pela ótima guitarra de Lenny Kaye que abre um discurso decisivo com os vocais anárquicos de Patti Smith. Uma, poeta consagrada no Rock de garagem dos anos 60.

O disco foi produzido pelo John Cale (Velvet Underground). Para mim, é uma obra-prima. Esse disco possui canções épicas como “Redondo Beach” uma canção que me lembra muito Television. A letra fala sobre uma moça que se afogou após o término com o namorado. Inclusive essa música chegou a ser gravada por Morrissey. Outra faixa que eu destaco e adoro é “Kimberly” essa canção possui um clima atmosférico sensacional, algo meio The Doors e a maneira que ela canta lembra muito Lou Reed. E faz uma conexão perfeita com a próxima faixa “Break it Up” que me lembra muito Velvet Underground e algumas coisas de Jimi Hendrix. Patti Smith, bebeu de inúmeras fontes e influências para produzir Horses.

Patti Smith mudou todo um conceito e estabeleceu diretrizes no do Rock ‘N’ Roll, trouxe uma roupagem feminista que inspirou muitas mulheres na música, e um charme intelectual para o movimento Punk. E com isso se tornou uma das mulheres mais influentes na música. Influenciando bandas como R.E.M. e Talking Heads.

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Ficha Técnica:

'Horses'

Data de Lançamento: 10 de novembro de 1975

Gênero: Punk, New Wave e Rock

Ano de Gravação: 1975

Ouça: "Kimberly", "Break It Up" e "Redondo Beach"

Para quem gosta de: Bob Dylan e Television

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Spotify:

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Veja Patti Smith tocar "Kimberly" ao vivo abaixo:

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Sobre Marcello Almeida:

É editor e criador do Teoria Cultural.

Pai da Gabriela, Técnico em Radiologia, flamenguista, amante de filmes de terror. Adora bandas como: Radiohead, Teenage Fanclub e Jesus And Mary Chain. Nas horas vagas, gosta de divagar histórias sobre: música, cinema e literatura. marce.almeidasilvaa@gmail.com

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