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Charli XCX faz discurso provocativo ao vencer Compositora do Ano no Ivor Novello 2025

Convicção é tudo

Charli XCX
Charli XCX. CRÉDITO: Harley Weir

Charli XCX incendiou o palco do Ivor Novello Awards com um discurso que já entrou para a história.



A cerimônia, realizada nesta quarta-feira (22), em Londres, consagrou a artista como Compositora do Ano — coroando a era explosiva do aclamado álbum Brat, eleito pelo Teoria como o melhor de 2024.


Ao subir para receber o prêmio na Grosvenor House, Charli não poupou sinceridade — e provocação.


“Por favor, não me matem por dizer isso, mas eu nunca acreditei que a ideia de ‘tudo começa com uma ótima música’ fosse a verdadeira”, afirmou. “Desculpe. Eu sei que isso não é nada bom para esta sala, mas é que não é a minha crença.”


E ela foi além:


“Na minha cabeça, uma ótima música sozinha nunca foi suficiente para cativar o público, mas, em vez disso, uma música com uma identidade distinta aliada a um ponto de vista, uma cultura forte ao seu redor e, acima de tudo, convicção é o que pode catapultar um compositor de tecnicamente bom para mundialmente renomado.”


Charli então usou de seu sarcasmo característico para ilustrar o que chama de “gênio lírico”:


“Como tenho certeza de que todos vocês concordam, dificilmente sou Bob Dylan, mas uma coisa que certamente faço é me comprometer com o bocado.”



Ela citou versos de Brat que viraram memes e hinos simultaneamente:


“Eu quero dançar para mim, eu, eu, eu, eu, quando eu vou para o clube, clube” (Club Classics) e “Eu estou em todos os lugares, sou tão Julia” (360).


A cantora reconheceu que suas letras dividem opiniões — e respondeu com ironia pop de vanguarda:


“Embora algumas pessoas possam descrever [as letras] como insípidas e sem sentido, eu as descreveria despretensiosamente como warholianas e reflexivas da podridão cerebral cultural do nosso tempo.”


Por fim, ela cravou a essência de sua filosofia artística:


“Para mim, como compositora, mas acima de tudo, como artista. Convicção é tudo. Ela separa os impostores dos grandes, os bons cantores dos criadores de tendências. É a fonte de Duchamp. É o pop de Denniz, é o David Lynch. É um senso inegável de estilo e personalidade e, claro, é abraçar a ideia de ousar ser ruim, na minha opinião, de compor músicas sem medo e sem nenhuma intenção além de fazer algo que reflita totalmente quem você é. Eis as melhores músicas. Músicas que podem ser a trilha sonora de uma noite, de um verão, ou possivelmente até mesmo definir um momento no tempo.”


Charli está no topo — e mostra que não tem a menor intenção de descer.




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