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Bule suaviza a melancolia com seu Indie-Pop eletrônico 80’s de "dançando sem ninguém me ouvir"

“dançando sem ninguém me ouvir”, o segundo trabalho lançado agora dia 30 de junho, representa uma banda que deseja alcançar todo um Brasil, não apenas o Nordeste.

Foto: Hannah Carvalho/Divulgação.


Contrariando o pensamento de que a Música no Brasil não apresenta mais novidades, Bule é uma banda pernambucana formada em 2017 que engrossa a noção de como o Nordeste continua sendo um importante berço musical para o país. O quinteto lançou seu début “Cabe Mais Ainda” em 2018 e, apesar do pouco tempo de existência, já participou de inúmeros festivais importantes pelo país como Coquetel Molotov e Bananada.


O quinteto é composto por Pedro Lião (voz e sintetizador), Carlos Filizola (guitarra e sintetizado), Bernardo Coimbra (contrabaixo), Kildare Nascimento (bateria) e Damba (percussão e programações). Pedro e Carlos já se conheciam por conta de trabalhos feitos em parceria, sobretudo um curso de produção fonográfica do qual participaram. Porém, com a alfabetização musical 80’s que tiveram em comum, como diz a própria banda, foi possível criar o Bule.



Seguindo bem a estética e os conceitos 80’s (até nos shows), mas sem deixar de lado a herança da música brasileira e todo seu poder criativo através dos tempos, poderíamos dizer que o grupo exerce uma espécie de Synth-Pop Tropical. Diria que para melhor descrever esse texto, encaixaria como Indie-Pop eletrônico 80's com um tempero bem brasileiro.

Guitarra e sintetizador garantem um casamento equilibrado em ‘canção de amor’, ‘coisa de cinema’ segue por uma batida mais lenta porém eficaz, ‘se você se for’ utiliza vocais robóticos e uma levada que evoca um clima retrô. ‘tudo pra mim’ é a faixa que mais define a sonoridade da banda, imersa numa levada New Wave 80’s e certamente garante um dos destaques do álbum. A influência da Tropicália parece ter pesado na faixa ‘éramos dois’, canção carregada de suingue e latinidade.



As letras falam de relacionamentos frustrados e corações dilacerados. Trazem um lirismo melancólico, intimista e até saudosista. Apesar disso, a melodia que busca um aspecto dançante acaba suavizando essa poesia amarga, nos convida a seguir adiante pelo cotidiano da vida. Caso de ‘vinte e muitos anos’ onde Pedro canta: ‘só foram vinte e muitos anos/que fiz uns 10 milhões de planos com você/que agora o que tenho feito/é elementar que não tem jeito/Eu só quero a lua pra mim e o sol/Eu só quero o fundo do mar, um anzol/da forma mais singela, que é você’.



“dançando sem ninguém me ouvir”, o segundo trabalho lançado agora dia 30 de junho, representa uma banda que deseja alcançar todo um Brasil, não apenas o Nordeste. E com as infinitas possiblidades e influências que os 80’s deixaram, difícil faltar ideias para esse quinteto que nos faz dançar e esquecer por alguns momentos da melancolia e de corações em sofrimento.

 

dançando sem ninguém me ouvir


Ano: 2023

Gênero: Synthpop, Pop Rock

Ouça: "tudo pra mim", "era muito mais pra mim", éramos dois

Humor: Nostálgico, Contagiante

Pra quem curte: Der Baum, Jambu


 

NOTA DO CRÍTICO: 7,0

 

Veja o vídeo oficial de ‘tudo pra mim’:





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