top of page

7 músicas do Black Sabbath que mudaram o mundo e consagraram o heavy metal

Sete hinos que não só definiram um gênero, mas redesenharam o mapa da música pesada para sempre

 Black Sabbath
Foto: The Music Journal

O Black Sabbath não inventou o rock pesado, mas transformou o caos em liturgia. Foi além do volume, do peso e da distorção: eles pariram um som que parecia rasgar o próprio tecido da realidade. Surgiram de Birmingham, da fumaça e do concreto da classe trabalhadora, cuspindo riffs que soavam como a marcha dos condenados. Ozzy, Iommi, Geezer e Bill não foram apenas músicos, foram profetas de uma nova era sonora.



Antes deles, o rock era sujo, era rebelde. Depois deles, passou a ser perigoso. A cada nota, o Sabbath cavava as fundações do heavy metal — não como estilo, mas como filosofia, como forma de ver o mundo. O medo, a guerra, a loucura, o apocalipse, o demônio, o vazio: tudo era matéria-prima.


Nesta lista, selecionamos sete músicas, sete explosões sônicas, que não apenas definiram o som do Sabbath, mas que ajudaram a moldar toda a história do metal. Canções que carregam sangue nas letras, ferrugem nos riffs e eternidade no peso.



1. Black Sabbath

Black Sabbath
Imagem: Reprodução

Do álbum: Black Sabbath (1970)


O trovão inicial. A gênese do metal. Com sua intro de chuva e sinos fúnebres, essa faixa é o verdadeiro parto do gênero. O riff de três notas inspirado em trítonos (o “intervalo do diabo”) é uma entidade por si só. Quando Ozzy pergunta “What is this that stands before me?”, não é só o narrador que está em choque: é a humanidade diante de uma nova criatura sonora. A música é lenta, arrastada, quase sufocante. E foi isso que assustou o mundo. O medo virou som.



2. War Pigs

BLACK SABBATH - PARANOID
Imagem: Reprodução

Do álbum: Paranoid (1970)


Muito antes do punk gritar contra o sistema, o Sabbath já metia o dedo na ferida. “War Pigs” é uma denúncia feroz contra os líderes que mandam soldados morrerem enquanto se escondem atrás de discursos e cigarros caros. Geezer Butler assina uma das letras mais políticas da banda, e Iommi entrega um riff que marcha como um tanque em campo minado. É metal com cérebro, com alma, com fúria — e com propósito. Um hino antibélico que continua atual em qualquer conflito.




3. Iron Man

Black Sabbath - Iron Man
Imagem: Reprodução

Do álbum: Paranoid (1970)


A metáfora virou monstro. Com um riff ciclópico, que soa como o andar de um gigante de aço, “Iron Man” se tornou um dos maiores ícones do Sabbath e do heavy metal como um todo. A história de um homem traído pelo tempo, transformado em vingança viva, é quase um conto de ficção científica fundido com tragédia grega. É uma música que pisa pesado no solo e deixa pegadas até hoje em gerações de guitarristas e headbangers.



4. Children of the Grave

Black Sabbath
Imagem: Reprodução

Do álbum: Master of Reality (1971)


Aqui, o Sabbath flerta com o punk antes mesmo do punk existir. A bateria tribal, os riffs insistentes, a urgência da letra, tudo soa como um chamado à rebelião. Mas não é só raiva: há um apelo por amor, por resistência, por uma nova geração que não repita os erros dos seus pais. É o som da juventude que recusa o conformismo, que se recusa a morrer antes de viver. Metal com ideologia, suor e mensagem.



5. Supernaut

Black Sabbath - Vol 4
Imagem: Reprodução

Do álbum: Vol. 4 (1972)


Um groove cósmico. Um riff que parece descer das estrelas em chamas. “Supernaut” é a faísca onde o Sabbath explode em psicodelia e libertação rítmica. Bill Ward toca como se tivesse vendido a alma ao groove, enquanto Iommi destila um dos riffs mais alucinógenos da carreira. Lennon era fã dessa música — e não é difícil entender o porquê: ela é lisérgica, hipnótica, suja e perfeita. Uma obra-prima do caos organizado.



6. Sabbath Bloody Sabbath

Sabbath Bloody Sabbath
Imagem: Reprodução

Do álbum: Sabbath Bloody Sabbath (1973)


A faixa-título do quinto álbum da banda representa a maturidade criativa do Sabbath. A introdução acústica é só isca, o que vem depois é uma pancada sinfônica de peso, melodia e complexidade. Foi a primeira vez que a banda incorporou elementos progressivos com tanta força, criando uma música densa, sombria e épica. É o Sabbath no auge de sua potência artística: sombrio e belo, brutal e sofisticado.



7. Heaven and Hell

Black Sabbath - heaven and hell
Imagem: Reprodução

Do álbum: Heaven and Hell (1980)


Nova década, nova voz, mesma essência. A entrada de Ronnie James Dio mudou o tom do Sabbath, mas não sua alma. “Heaven and Hell” é um manifesto filosófico embalado num riff imortal. Dio canta sobre os opostos que nos habitam, sobre as escolhas que moldam quem somos. A música é poderosa, melódica, teatral — uma ponte entre o Sabbath clássico e o metal moderno. Foi o renascimento de uma lenda com dentes ainda mais afiados.




Essas sete faixas não são apenas grandes músicas. São marcos, faróis, terremotos. São o som de um mundo sendo incendiado e reconstruído sob a batida do bumbo e o grito do amplificador. O Sabbath não pediu licença, entrou, derrubou a porta e acendeu uma nova era.


O heavy metal começou aqui. E o mundo, desde então, nunca mais voltou ao silêncio.

Comments


bottom of page