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5 discos de 2025 que talvez tenham passado batido — mas valem a escuta

Lançamentos que não dominaram as conversas, mas entregaram muita qualidade

Banda Turnstile
Banda Turnstile Imagem: Reprodução/NME

Com tanta coisa sendo lançada o tempo todo, é normal que alguns discos acabem ficando de lado — não por falta de qualidade, mas porque simplesmente não estavam no centro das conversas. Nesta lista reunimos cinco álbuns que talvez tenham passado meio batido por você, mas que merecem uma escuta atenta. São trabalhos sólidos, interessantes e que mostram como 2025 tem sido um ano rico também fora dos holofotes.



1 - NEVER ENOUGH - Turnstile

Imagem: Reprodução
Imagem: Reprodução

É difícil achar algo mais empolgante que um disco que simplesmente não quer seguir regra nenhuma — e o Turnstile sabe disso melhor do que ninguém. Em NEVER ENOUGH, eles chutam a porta com um som que é puro instinto: caótico, todo livre, mas sempre com a sensação de que cada segundo foi feito com cuidado e coração. A produção é cheia, precisa, e dá espaço pro vocal brilhar como nunca — uma voz poderosa, mas cheia de melodia e nuance.


As faixas carregam uma energia magnética (DREAMING e SOLE são praticamente hipnóticas), e mesmo quando a estrutura parece escapar pelos dedos, a experiência nunca perde o rumo. Um álbum que vibra, emociona e surpreende — e que gruda na sua cabeça como um bom refrão que você nem sabia que queria ouvir.


  1. viagr aboys - Viagra Boys

Imagem: Reprodução
Imagem: Reprodução

Enquanto muita banda tenta soar esquisita, o Viagra Boys simplesmente é. Nesse novo álbum, eles não fazem questão de agradar. Com uma mistura de punk retorcido, baixo pulsante e sintetizadores tortos, o disco é uma viagem caótica e magnética. É como se o Iggy Pop tivesse sido criado num porão sueco, ouvindo techno. A sujeira sonora aqui não é descuido — é estética. E funciona.


As faixas passeiam entre o sarcasmo, o desespero e a festa decadente, com vocais que mais parecem gritos de um narrador bêbado que sabe muito bem o que tá fazendo. O groove é constante, a produção é cheia de textura, e por trás do deboche existe um controle impressionante do que cada música quer provocar.


  1. The Scholars - Car Seat Headrest

Imagem: Reprodução
Imagem: Reprodução

O The Scholars do Car Seat Headrest é aquele tipo de disco que simplesmente se recusa a seguir qualquer regra — e é justamente isso que o torna tão interessante. Will Toledo e a banda apostam em um rock alternativo mais artístico, com uma pegada que mistura momentos animados, quase dançantes, com outros mais introspectivos e até meio dramáticos.


O resultado é uma atmosfera envolvente que prende o ouvinte, mesmo quando as letras parecem um enigma que você quer decifrar. A surpresa fica por conta dos vocais, que ganham novas texturas e vozes diferentes em algumas faixas, dando uma sensação de renovação e deixando tudo com um frescor inesperado. Destaques como Gethsemane e Reality são faixas que grudam na cabeça e mostram que, mesmo sem buscar repetir o passado, o Car Seat Headrest continua se reinventando — e ainda assim entrega um som cheio de personalidade e energia.



  1. Instant Holograms on Metal Film - Stereolab

Imagem: Reprodução
Imagem: Reprodução

Depois de 15 anos longe dos estúdios, o Stereolab está de volta com Instant Holograms on Metal Films, trazendo aquele som único que mistura motorik beats, eletrônica, neo-psicodelia e avant-pop. A produção é propositalmente crua, quase como um resgate dos anos 80 e 90, dando ao álbum uma atmosfera meio lo-fi que pode parecer áspera, mas também é parte do charme.


As batidas eletrônicas e os grooves psicodélicos criam um cenário hipnótico, enquanto os vocais suaves e acolhedores surgem pontualmente, encaixando perfeitamente na melodia e trazendo conforto à mistura. Não é um disco cheio de hits, mas é uma volta madura e cativante, que mostra por que o Stereolab é uma referência para quem gosta de explorar sonoridades fora do comum.


  1. Cancionera - Natalia Lafourcade

Imagem: Reprodução
Imagem: Reprodução

Natalia Lafourcade retorna com Cancionera, um disco que mergulha fundo na música tradicional mexicana e nas raízes de sua terra natal, Veracruz. Gravado em fita analógica, num só take, o álbum soa cru, vivo e completamente entregue ao momento. Entre valsas, folk acústico e ecos de jazz cigano, Natalia conduz uma viagem íntima e poética por 14 faixas que exalam melancolia, amor e autenticidade.


A voz dela delicada, mas cheia de presença — guia tudo com emoção à flor da pele, como se cada palavra carregasse um pedaço da alma. Mesmo com 18 músicos envolvidos, o disco brilha pela simplicidade e pela força da expressão. Cancionera é mais que uma homenagem à música mexicana: é uma celebração do ser, do sentir e da beleza de existir sem máscaras.


Natalia Lafourcade. Foto: Reprodução/Spotify
Natalia Lafourcade. Foto: Reprodução/Spotify

Esses cinco discos mostram como 2025 tem entregado ótimos trabalhos fora do radar principal. Seja pela ousadia sonora ou pela força emocional das composições, todos merecem ser descobertos. Em um ano cheio de lançamentos mais badalados, vale a pena parar e dar espaço para o que passou batido — às vezes, é aí que estão as melhores surpresas.


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