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Versão brasileira de Nosferatu ganha primeiro trailer e terá estreia mundial no Festival de Brasília

Quando a sombra do vampiro encontra a memória do cinema, nasce uma despedida em preto e branco


A versão brasileira de Nosferatu, dirigida por Cristiano Burlan (A Mãe), teve seu primeiro trailer revelado nesta quarta-feira (10). O filme fará sua estreia mundial na edição de 60 anos do Festival de Brasília, entre os dias 12 e 20 de setembro, e chega como uma releitura ousada de um dos pilares do terror.



Rodado inteiramente em preto-e-branco, o longa marca o adeus de Jean-Claude Bernardet, crítico e pensador do cinema brasileiro, falecido em julho deste ano. Burlan optou por uma abordagem livre do mito criado por F.W. Murnau em 1922, usando o vampiro como metáfora para a angústia de alguém em fuga, aprisionado por fantasmas do passado e do presente.


Diferente de outras versões, o filme brasileiro aposta em uma estética teatral, com muitas cenas rodadas em cima de um palco, homenageando tanto a arte da representação quanto a própria experiência de se fazer cinema.


Clássico incontornável do terror, Nosferatu nasceu em 1922 como uma adaptação não autorizada de Drácula, de Bram Stoker, tornando-se um marco do Expressionismo Alemão. Desde então, ganhou uma versão cultuada por Werner Herzog nos anos 1970 e, agora, com um novo remake internacional dirigido por Robert Eggers, com Bill Skarsgard, Lily-Rose Depp, Nicholas Hoult, Willem Dafoe e Aaron Taylor-Johnson.



No Brasil, porém, o vampiro de Burlan surge como exercício de memória e reinvenção, transformando a sombra de Orlok em reflexão sobre identidade, arte e permanência.


Mais que terror, este Nosferatu é um epitáfio poético — um cinema que olha para os mortos para manter os vivos em movimento.

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