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Trump quer taxar filmes estrangeiros em 100% e ameaça derrubar mercado internacional do entretenimento

Presidente dos EUA classifica produções internacionais como “ameaça à segurança nacional” e gera reação em massa do setor cinematográfico

Donald Trump
Foto: REUTERS/Nathan Howard

A indústria global do entretenimento amanheceu em alerta máximo. Em seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump voltou a mirar suas armas contra o cinema internacional. Desta vez, anunciou que está “autorizando” o Departamento de Comércio e o Representante Comercial a imporem uma tarifa de 100% sobre “todos e quaisquer filmes produzidos fora dos EUA”.



O comunicado foi publicado nesta segunda (5) em sua rede social, a Truth Social, onde Trump afirmou que produções internacionais representam uma ameaça à segurança nacional da indústria americana. Segundo ele, esses filmes não apenas estimulam diretores e produtores a filmarem fora do país, mas também carregam “mensagens e propaganda” que seriam prejudiciais aos EUA.


Mesmo sem detalhes práticos, a ameaça foi recebida como uma bomba. Um produtor britânico, em entrevista à Deadline, questionou os efeitos práticos da medida:


“É uma loucura. Então as empresas americanas só podem fazer filmes americanos? James Cameron não poderia fazer Avatar fora do país? E quem vai pagar essas tarifas? Se recair sobre os distribuidores independentes, todos vão à falência. Não se pode ditar aos criadores as histórias que eles podem contar.”



Outro impacto imediato pode ser sentido pelas plataformas de streaming, como destacou um experiente vendedor do mercado internacional:


“Isso afeta em cheio os streamings, cujo modelo é produzir localmente e distribuir globalmente — inclusive nos EUA. Será que alguma produção internacional ainda teria chance de ser lançada por lá? E as que já estão disponíveis, seriam removidas?”


A indústria de Hollywood, aliás, depende há décadas de locações e produções internacionais. Um exemplo recente é Missão: Impossível – Acerto Final, com estreia marcada para 22 de maio nos cinemas brasileiros. O blockbuster estrelado por Tom Cruise teve cenas rodadas em diversos países, como Noruega, Itália, Reino Unido e Emirados Árabes.



A proposta de Trump ainda não tem base jurídica ou respaldo institucional, mas já levanta dúvidas jurídicas e pressões diplomáticas. Para muitos especialistas, ela representa uma tentativa de isolar o mercado audiovisual americano em um momento de profunda globalização da produção cultural.


Caso avance, a medida pode redesenhar o futuro do cinema — e afastar de vez os EUA do centro gravitacional do entretenimento mundial.

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