Segunda Temporada de Silo intercala episódios bons e regulares, embora mescle bem Sci-fi, distopia e críticas sociais

6 de fev.3 min de leitura

Tipo de produção de Sci-fi que nos alerta sobre as possibilidades de um mundo cada vez mais segregado e desigual

Esse texto aborda considerações sobre a segunda temporada de Silo. Contém alguns SPOILERS, sobretudo da primeira temporada. Para ver as considerações da primeira temporada, clique aqui.

Silo é baseada na série de livros Wool do escritor americano Hugh Howey. Criada por Graham Yost (Justified, Band Of Brothers), a série é transmitida pela Apple TV+ e teve o final da segunda temporada no dia 17 de janeiro de 2025. Com mais duas temporadas pela frente, sendo que a quarta fechará a série, certamente mais alguns mistérios e reviravoltas ainda estão por vir.

A segunda temporada começou despertando nossa curiosidade. Juliette Nichols (Rebecca Ferguson) consegue sobreviver fora de seu silo e chega a outro onde parece não haver sobreviventes. Entretanto, se depara com Jimmy (Steve Zahn), um homem que toma conta de um cofre de suprimentos dentro do silo. Claro que a principio, Juliette não consegue logo a confiança dele, além disso, precisa de um traje novo, pois deseja retornar ao seu silo de origem.

No silo de Juliette que é comandado pela juíza Mary Meadows (Tanya Moodie) as coisas não vão bem. Tumultos, revoltas, descobertas, personagens que ocuparam outros cargos esquentaram o ambiente. Para piorar, alguns integrantes da mecânica, injustamente, levaram a culpa pela morte de um personagem muito importante na trama.

Acrescente a isso o aumento de autoritarismo e de poder por parte de Bernard Holland (Tim Robbins) e Robert Sims (Common). O grupo da mecânica exige explicações e justiça, mas começa a articular alguns planos para obtenção de respostas e para poder sair de sua posição de isolamento dentro do silo.

Dessa forma, os 10 episódios da segunda temporada se intercalaram mostrando cenas no silo onde Juliette se encontra com Jimmy e no silo onde ela exercia seu papel de engenheira mecânica.

Apesar disso, podemos dizer que a odisseia de Juliette em procurar por um traje adequado reserva os melhores momentos da segunda temporada (com mais ação, surpresas e suspense), enquanto o silo em que Bernard exerce sua tirania possui alguns momentos arrastados (com idas e vindas desnecessárias).

Podemos citar também a importância na trama que alguns personagens receberam, a exemplo de Lukas Kyle (Avi Nash). Agora ganhando a confiança de Bernard, ele vai ser responsável por um dos melhores episódios da temporada (o nono). Dele virão algumas surpresas e descobertas sobre o silo. Alguns novos personagens que surgiram também garantem mais mistérios para se resolver e podem deixar mais pistas sobre a questão dos silos.

O final do décimo episódio vem com um gancho incrível que deve expandir o universo da narrativa para a terceira temporada. Uma trama que reúne mistérios, mentiras, sacrifícios, lutas, companheirismo, justiça e sobrevivência.

Claro que ainda há muito para se explicar. É preciso contar mais sobre o Pacto, Salvador Quinn, os fundadores. Teremos mais flashbacks pela frente? Mais personagens novos chegarão? Quem mais de extrema importância pode se despedir da série? E aqueles minutos finais do último episódio escondem o quê?

Mesmo com uma temporada que não se iguala a primeira, que se alternou entre episódios lentos/regulares e outros bons/impactantes, Silo consegue nos fazer questionar sobre a nossa própria sociedade e suas divisões injustas. Tipo de produção de Sci-fi que nos alerta sobre as possibilidades de um mundo cada vez mais segregado e desigual.

Principais momentos/destaques da temporada:

- Juliette continua sendo a personagem mais importante. Estratégica, inteligente, determinada e capaz de trazer momentos de trégua mesmo em situações complicadas.

- Quando Jimmy toca um disco de vinil para alguns personagens e eles ficam bastante emocionados por ouvirem música pela primeira vez (uma cena bem tocante e sensível).

- Tim Robbins num papel de vilão marcante.

- A construção da amizade entre Jimmy e Juliette. O próprio Steve Zahn num papel bem diferente do que estamos acostumados a ver.