'Saigon', de Emílio Santiago, mescla o romantismo com a Guerra do Vietnã; saiba mais
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'Saigon', de Emílio Santiago, mescla o romantismo com a Guerra do Vietnã; saiba mais

Conheça afundo a história de "Saigon", uma das canções mais românticas e sentimentais da música brasileira.

Foto: Divulgação.


Não há dúvidas de que Emílio Santiago é uma das maiores e melhores vozes masculinas da história da música brasileira. Seu repertório é repleto de músicas atemporais, como "Verdade Chinesa", "Tudo Que Se Quer" com Verônica Sabino, "Flamboyant" e "Saigon". A última é um grande clássico da MPB e, apesar de ter ficado conhecida na voz do artista carioca, passou por várias fases até se tornar o que é hoje: uma canção que mescla romantismo e a Guerra do Vietnã.


No início dos anos 1980, o renomado compositor Claudio Cartier criou uma melodia e imediatamente convidou Paulo César Feital, seu parceiro musical de longa data, para compor a letra da canção. Assim, o embrião de "Saigon" surgiu, uma faixa inspirada na memória da Guerra do Vietnã, que acontecia no país Vietnã.



Embora a capital do país asiático fosse Hanói, a cidade mais populosa era Saigon, nome que manteve até 1975, quando ocorreu sua queda, após quase 20 anos de conflito. Esse ano também marcou o término da Guerra do Vietnã na cidade, que simbolizou a reunificação do país que desde 1955 estava dividido em Vietnã do Norte (socialista) e o Vietnã do Sul (capitalista) por causa da Guerra Fria causada mundialmente entre Estados Unidos e União Soviética. Com isso em 1976, com o país novamente unificado, a cidade de Saigon passou a ter um novo nome que é Ho Chi Minh.


Inspirados por esse acontecimento, os compositores brasileiros decidiram abordar em sua canção o conflito de um casal que, apesar das desavenças e discussões, compartilha um amor genuíno. Essa dualidade é capturada nos versos que alternam entre a tensão, como em "Tantas palavras, meias palavras. Nosso apartamento, um pedaço de Saigon. Me disse adeus no espelho com batom...", e a celebração do amor que supera tudo, como em "... E quase sempre eu penso em te deixar. E é só você chegar pra eu esquecer de mim."


A primeira versão da música não foi bem recebida pelas gravadoras e pelos artistas, mas a segunda teve melhor aceitação, especialmente após a intervenção do produtor Carlão, que contribuiu para ajustá-la ao formato atual, pois a faixa original era mais pesada. A versão final, que conhecemos, conclui com o verso "Espero você voltar, pra Saigon", sugerindo a busca pela reconciliação, a paz e o entendimento.


"Saigon" foi inicialmente gravada e lançada como compacto por Claudio Cartier em 1985. Em 1988, Beth Carvalho fez uma bela interpretação que integra seu cultuado álbum "Alma do Brasil". No entanto, a canção ganhou proeminência em 1989, na voz de Emílio Santiago, no magnífico "Aquarela Brasileira 2".



Até seu falecimento, aos 66 anos, em 20 de março de 2013, Emílio Santiago manteve "Saigon" como uma das músicas mais executadas e solicitadas em seus programas de TV, rádios e shows. A interpretação única do artista conferiu à canção uma mistura envolvente de suavidade e gravidade, através de sua poderosa voz, cativando os ouvintes com emoção e equilíbrio. A canção também se tornou um verdadeiro clássico da música brasileira, sendo regravada por diversos artistas renomados como: Jorge Aragão, Tim Maia, Alexandre Pires, Leny Andrade e Sandra de Sá. Sob a ótica deste redator, essa canção é uma das mais belas canções da história da música brasileira.



Agora que você conhece essa joia musical, que tal ouvirmos e compartilharmos a música "Saigon", enquanto também exaltamos a rica contribuição musical de Emílio Santiago?



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