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Resident Evil 4 Remake é uma aula de como aprimorar todas as qualidades de um jogo clássico

O jogo consegue manter a integridade e a essência da história do original, porém, o elemento surpresa é sempre uma rotina dentro do game.

Foto: Divulgação/Capcom


Remake geralmente é uma expressão que assusta algumas pessoas. Em contrapartida, há quem goste. E, praticamente de uns 10 anos pra cá, sobretudo após a era PS4/Xbox One, esse recurso está amplamente em uso por algumas empresas, muitas das quais acreditaram nessa mina de ouro.


Caso da japonesa Capcom. Pensando numa de suas franquias de maior sucesso, Resident Evil, a empresa decidiu fazer isso com o primeiro jogo lançado em 1996. O remake foi sair em 2002 originalmente para o Gamecube, deixando jogadores e público boquiabertos com o resultado.



Depois, veio Resident Evil 2 em 2019. Estrondoso sucesso. Tanto que até hoje, é um dos jogos mais vendidos da empresa. Infelizmente, a fórmula não deu certo posteriormente com Resident Evil 3 (2020). Muitos consideraram que a épica história de Jill Valentine em sua fuga desesperada pela infestada Raccon City perdeu muito do jogo original.


Mas a Capcom não desistiu. Pensou no remake de Resident Evil 4, um dos grandes títulos que resolveu dar novos ares a franquia. Um jogo que sim, continuava com a ambientação e Survival Horror dos jogos anteriores, entretanto acrescentava mais Ação (ao nível de um filme Blockbuster) e pretendia mostrar que os eventos ligados a Raccoon City iam muito mais além dos limites da cidade.


Logo nos primeiros minutos, com Leon precisando sair de um carro para investigar uma vila próxima, percebemos como existe um novo frescor, um clima muito mais tétrico/misterioso nos rondando pelo cenário. Mesmo o jogador que terminou o jogo original e decorou todo o trajeto, é recompensador ver essa atmosfera sem perder as qualidades presentes da versão antiga.

O jogo consegue manter a integridade e a essência da história do original, porém, o elemento surpresa é sempre uma rotina dentro do jogo e cria um desejo de jogar a cada capítulo. Muitos sustos foram renovados, alguns chefes foram reformulados. Os elementos retirados do original nem fazem falta por conta de outras novidades/melhorias inseridas de forma criativa.




Mesmo que o jogador se sinta confortável com aquela casa que precisava entrar para obter uma chave, pode ter certeza que algo novo está a espreita ou mesmo que alguma armadilha explosiva pode estar próximo de você.


Não diminuindo o poder do jogo original, mas, no passado, a construção de muitos ambientes era simplória demais. Por vezes, parecia que faltavam mais detalhes e um incentivo maior para o jogador explorar. Apesar de longo (o maior da franquia até hoje), muitas partes dos cenários não estimulavam o jogador para uma observação mais atenta. Agora, com inimigos mais agressivos e rápidos nos cercando, é essencial vasculhar por cada caixa que contenha munição, tesouros e itens de cura.


Outro ponto positivo é o desenvolvimento maior conferido a alguns personagens do jogo. Temos uma Ashley mais esperta e que agora pode receber comandos de Leon (ficar mais próxima, distante ou mesmo se esconder). Luis Sera também ganha mais profundidade e agora desperta ainda mais atenção do jogador.


O tom de humor que era presente no original, aqui se torna mais forte com muitas piadinhas de Leon (mesmo em momentos caóticos) e um mercador falastrão e disposto a filosofar (além de vender seus produtos).


E é com o próprio mercador que o remake traz algumas novidades bem vindas. O jogador certamente perderá um bom tempo conferindo o que nosso enigmático personagem tem a oferecer. Além disso, o mercador oferece trabalhos extras (alguns fáceis e outros não) que garantem espinélios, jóias que depois podem ser trocadas por itens especiais. Essa atividade é herança dos medalhões azuis do jogo original.


E não faltaram as galerias de tiro, um charme e um teste para quem deseja ganhar prêmios valiosos. Elas receberam uma repaginação caprichosa e garantem amuletos que podem ser adicionados à maleta de Leon (até 3 de uma vez). Esses objetos podem oferecer mais munições até mais poder de cura das ervas. Então, o jogador realmente se sentirá incentivado a melhorar suas pontuações.


Cenas importantes da versão antiga permaneceram, porém com aquele toque a mais. Algumas chaves ou objetos que precisavam ser coletados para avançar na história, agora estão em outros lugares e muitas vezes chegar neles não será tarefa tão fácil assim. Algumas passagens do jogo ficaram ainda mais intensas e nervosas, caso da frenética batalha na cabana com Leon e Luis encurralados por inimigos.

Com muita coisa renovada, muitas jogadas serão necessárias, inclusive para o jogador que deseja miletar/platinar. Terminar em outras dificuldades, tentar acabar o jogo usando apenas pistolas, sem usar itens de cura, em menos de um tempo determinado. Enfim, não faltam incentivos.




O Modo Mercenários está presente, bem intenso e estimulante pois dará direito ao jogador obter recompensar preciosas conforme sua performance. O problema que pode chatear muitos jogares fica por conta da existência de micro transações que a Capcom colocou aos montes. Não quer tentar as missões do mercador para ganhar um bilhete que dá acesso a um upgrade de arma? Tudo bem, você pode ir lá e comprar por um preço (além de outras dezenas de compras opcionais que entram no pacote).


Tendo em posse sua RE Engine que desde Resident Evil 7 transformou a série de jogos em algo mais dinâmico, moderno e rejuvenescido, a Capcom soube polir um jogo que até hoje é um dos grandes nomes da franquia. Deixa tudo em nova roupagem sem perder o charme de 18 anos atrás. Jogar tudo novamente e repetidamente é um prazer que você precisa experimentar.

 

Resident Evil 4 Remake


Lançamento: 23 março de 2023

Plataformas: PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X/S

Gênero: Survival Horror, Ação, Aventura

Estúdio: Capcom

Desenvolvedor: Capcom



 

NOTA DO CRÍTICO: 10

 

Trailer do jogo:


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