Quatro discos para compreender Bob Dylan, parte 1
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Quatro discos para compreender Bob Dylan, parte 1

Atualizado: 13 de ago. de 2022

Na coluna artistas que amamos, quatro discos do icônico Dylan


Antes de tudo, essa não é uma lista com intuito de mensurar os melhores discos do cantor. Mas são obras que de certo modo, possuem suas relevâncias na trajetória desse que (fez) faz muita diferença na música pop mundial. São álbuns que marcaram capítulos da rica e majestosa discografia de Dylan. Como ele mesmo diz no livro 'Crônicas': "Uma canção é como um sonho, e você tenta torná-la realidade. São como países estranhos nos quais você tem que entrar. Você pode escrever uma canção em qualquer lugar, na cabine de um trem, em um barco, no lombo de um cavalo-estar em movimento ajuda."


Esta é uma frase que define muito bem sua carreira que já navegou por altos e baixos. Bob Dylan cresceu na pequena cidade de Hibbing, Minnesota. E desde muito pequeno iniciou seu caminho na arte e poesia. Aprendeu a tocar piano e guitarra sozinho, autodidata, mal sabia ele que se tornaria um grande ícone da cultura pop. Sim, sem sua emblemática presença no cenário musical, o universo das canções pop não teria sido o mesmo, e nem surgiriam bandas que hoje conhecemos.


Ao longo de mais de 50 anos de carreira, atuou como um porta-voz de várias gerações, um dos primeiros a abordar em canções temas como protestos, descriminações raciais nos EUA e a guerra do Vietnã. Se tornou respeitado e cultuado por capturar o espírito de sua época com acuidade e humor.

 



'DESIRE' (1976)

'Desire' literalmente nasceu mesmo antes de Dylan terminar as gravações de 'Blood On The Tracks'. Esse é aquele disco de inovações, foi a primeira vez que ele dividiu a autoria de algumas canções com o diretor de teatro Jacques Levy, e é o único disco de Dylan com a participação de um violinista. Ou melhor dizendo, a violinista Scarlet Rivera.


'Desire' é considerado por muitos um marco e verdadeiro clássico na carreira de Dylan, o álbum vendeu muito e a maioria das pessoas com quem eu converso sobre Dylan, o coloca entre os 5 grandes discos da carreira do trovador solitário.


Vale ressaltar a canção de abertura "Hurricane", uma verdadeira paulada sonora nos ouvidos. Mostra um Bob bem diferente. Uma obra de suma importância na carreira dele e de valores sentimentais para muito fã do cantor.


 

INFIDELS (1983)

Em 'Infidels' Dylan abandonou o discurso cristã fundamentalista e voltou ao mundo profano. Um disco que deu muito trabalho para ele, foram muitas e muitas horas de estúdio e muito material gravado. As canções navegam entre temas românticos e críticas ao capitalismo. Muitos críticos consideram esse o melhor registro do cantor nos anos 80. Inclusive, foi o disco dele mais vendido na época.


Esse álbum é de 83, e contou ainda com a participação do ex-Rolling Stones, MickTaylor, tocando guitarra na faixa "Jokerman". Um trabalho singular de uma sonoridade icônica, um belo registro na rica discografia do compositor. Ouça "Jokerman" abaixo e sinta um gostinho desse disco.


 


OH MERCY (1989)

Os anos 80, foram bem amargurados para Bob Dylan, por um bom tempo sua carreira seguiu no automático, com discos abaixo da média. Portanto, foi quando em 1989, surgiu 'Oh Mercy', o disco que colocou Dylan nos trilhos novamente, uma resposta a altura, tipo, 'eu estou aqui ainda'. Oh Mercy, é aquele disco que você ouve em uma tacada só. Um álbum raro e genuíno que conseguiu captar toda a essência do talento de Dylan. Se você ainda tem alguma dúvida sobre esse disco? Ouça "Ring Them Bells" e "Most Of The Time".


Uma obra consistentemente forte. Mais uma vez teve o dedo magico de Daniel Lanois envolvido no disco. Um álbum de fortes emoções. Com canções emblemáticas e memoráveis que te faz arrepiar da cabeça aos pés. Simplesmente ouça!


 

TIME OUT OF MIND (1997)

E quando parecia que o mundo havia esquecido o velho trovador solitário e pouco inspirado pelas amarguras da vida. Ele ressurge com 'Time Out Of Mind'. As canções desse álbum falam sobre solidão, loucura e morte com um clima totalmente atormentado e introspectivo. 'Time Out Of Mind' foi coproduzido por Daniel Lanois (U2 e Neil Young) e sua sonoridade embarca no melhor do rock dos anos 50. Para reproduzir toda essa climatização atmosférica apresentada no disco foram utilizados dois bateristas, meia-dúzia de músicos e vários microfones espalhados e mixados de maneira diferente.


O disco duplo em vinil, levou três Grammy em 1998, incluindo o álbum do ano.


 



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