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Quando o silêncio vira cumplicidade: Tom Morello grita contra a guerra em Gaza

A verdade não aceita ser calada — e Tom Morello não vai deixar

Tom Morello
Imagem: Reprodução

A guerra entre Israel e Palestina não é novidade nos noticiários, mas o que está em jogo vai muito além de manchetes frias. Desta vez, quem resolveu sair do conforto da neutralidade foi Tom Morello, guitarrista visceral do Rage Against the Machine, que voltou a falar sobre o conflito — e com uma clareza que precisa ser ouvida.



Para ele, o que acontece em Gaza não é só uma guerra qualquer. É um genocídio. Um crime escancarado que, na opinião do músico, não pode ser tratado com meias palavras nem desmentido como antissemitismo.


No Instagram, numa mensagem direta, crua, Tom não poupou as palavras:


“O antissemitismo é real. O antissemitismo, o ódio religioso e racial, a intolerância e a intolerância de QUALQUER tipo devem SEMPRE ser condenados e confrontados. Pode-se acreditar nisso e também, sem qualquer contradição, dizer: PAREM DE MATAR CRIANÇAS.
Parem de matar crianças de fome. Parem de queimar crianças vivas em suas barracas. Parem de atirar na cabeça de crianças famintas que estão esperando na fila por comida. Parem de explodir crianças em ‘zonas seguras’. Parem de mutilar crianças. Parem de deixar crianças órfãs. Parem de financiar a matança, a mutilação e a orfandade de crianças.

Parem de deixar crianças morrerem em incubadoras. Parem de inventar desculpas para matar crianças. Parem de se gabar de matar crianças nas redes sociais. Parem de dizer que quando vocês matam crianças, as deixam morrer de fome, as queimam vivas em suas barracas e as matam com um tiro na cabeça enquanto esperam na fila para comer, a culpa é de outra pessoa. Parem de mentir sobre matar crianças. Parem de perseguir artistas por dizerem ‘parem de matar crianças’. Parem de prender estudantes por dizerem ‘parem de matar crianças’.

Parem de ignorar as vozes apaixonadas de milhares de judeus em Israel e ao redor do mundo que imploram: ‘Parem de matar crianças!’ Parem de fingir que matar dezenas de milhares de crianças está tornando alguém ‘mais seguro’. Parem de pensar que só porque vocês proíbem livros, intimidam as universidades a adotar narrativas aprovadas e assassinam os jornalistas, as pessoas não vão se lembrar de que vocês mataram as crianças. Parem de aplaudir de pé o arquiteto impenitente da matança de crianças quando ele se regozija diante do Congresso. Parem de se recusar a responsabilizar os assassinos de crianças e os financiadores dos assassinos de crianças por seus crimes de guerra. Parem de se calar sobre a matança de crianças. PAREM. DE MATAR. CRIANÇAS. AGORA.”


O tom de urgência de Morello não é só uma crítica. É um grito para que não nos calemos diante do horror. Porque, afinal, denunciar o que ele chama de genocídio não é, nem de longe, um ataque a um povo. É uma exigência de humanidade.



E ele não está sozinho. Poucas semanas atrás, Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam, também subiu ao palco para cobrar o fim do apoio dos Estados Unidos a Israel neste conflito sangrento. Sem papas na língua, Vedder jogou a responsabilidade direto em Donald Trump, na época presidente, mostrando que, entre os músicos que respiram arte e política, a solidariedade com a Palestina é mais que um posicionamento — é uma bandeira de justiça.


Enquanto muitos fogem do tema para não se queimar, artistas como Morello e Vedder deixam claro: na guerra que mata crianças, o silêncio é conivência. E a denúncia, obrigação.

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