A pintura "Orixás", de Djanira, que apresenta divindades de religiões de matriz africana dos anos 1960, foi substituída por uma réplica de outra obra da artista paulista.
Logo após assumir o posto, em dezembro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro decidiu fazer mudanças no Palácio do Planalto, lar oficial do gabinete da presidência do Brasil.
A pintura "Orixás", de Djanira (1914-1979), foi tirada do lugar de destaque no Salão Nobre e mandada para a reserva técnica. No local, ficou uma cópia da pintura "Pescadores" (1958), do mesmo artista, que estava no gabinete presidencial. Naquela ocasião, a remoção da pintura "Orixás", do Salão Nobre do Palácio do Planalto, foi tida como intolerância religiosa pelo governo, que não deu nenhuma justificativa para a alteração.
Janja Silva fez um sinal durante a posse de Margareth Menezes como Ministra da Cultura, indicando que "Orixás" retornará ao seu lugar original no Salão Nobre do Palácio do Planalto no governo recém-iniciado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), onde esteve por anos, antes de ser removida pelo atual governo.
Janja também disse que a obra foi danificada nos últimos anos. No entanto, antes de ser fixada na parede do palácio, a pintura de Djanira estará disponível para o público na mostra "Brasil futuro: as formas da democracia", que acontece desde domingo (1º) no Museu Nacional da República, em Brasília.
A pintura "Orixás", de 1960, mostra três divindades africanas e duas filhas de santo. O trabalho é semelhante às outras duas pinturas da artista paulista: "Candomblé", de 1961, pertencente a um colecionador particular, e "Três orixás", de 1966, que faz parte da coleção da Pinacoteca de São Paulo desde 1969.
Djanira da Motta e Silva costumava retratar em suas obras festas populares, religiões, o dia a dia de trabalhadores, como tecelões, colheitores de café, vaqueiros e outros.
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