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Produtor afirma que Beatles devem ser ouvidos em mono, não em estéreo

Atualizado: há 1 hora

O jeito “certo” de ouvir os Beatles pode não ser o que você imagina

Foto: Capa do álbum With The Beatles.
Foto: Capa do álbum With The Beatles. Crédito: Robert Freeman.

Durante décadas, o público se acostumou a ouvir os discos dos The Beatles em versões estéreo, muitas vezes encaradas como o formato definitivo dessas gravações. No entanto, segundo Ken Scott, produtor e engenheiro de som que trabalhou diretamente com o grupo nos anos 1960, essa escolha não representa a forma como a banda pensava sua própria música.



Em conversa recente com Rick Beato, Scott explicou que, até The Beatles (White Album), todo o processo criativo do grupo girava em torno das mixagens em mono. Era nesse formato que as decisões finais eram tomadas, com a presença ativa dos próprios Beatles no estúdio.


“Se você quer ouvir os Beatles da forma como eles queriam se ouvir, você tem que escutar as versões em mono, não as estéreo. Foi assim que elas realmente foram pensadas”, afirmou o produtor.


Segundo Scott, as sessões eram monitoradas exclusivamente em mono, enquanto o estéreo ainda era visto como algo secundário e experimental. Nos anos 60, a prioridade não era criar separações espaciais entre instrumentos, mas garantir impacto, coesão e clareza sonora em um único canal.


Ele destacou que a diferença entre os dois formatos não é apenas técnica. O mono entrega uma experiência mais direta e concentrada, enquanto o estéreo distribui os elementos entre os canais esquerdo e direito, algo que só se tornaria padrão artístico anos depois.


Um exemplo citado por Scott é She's Leaving Home, do álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. A canção apresenta variações perceptíveis entre as versões mono e estéreo, incluindo diferenças sutis de tom. O produtor contou que costuma alternar as duas versões em aula para demonstrar o contraste.



“Quando você está ouvindo o mono e, de repente, vai para o estéreo, e um pouco depois eu edito de novo e ela sobe de tom… é muito perturbador. Dá um ‘uau’”, explicou.


Para Scott, não há dúvida sobre qual versão traduz melhor a intenção original da banda.


“As únicas coisas que eles realmente aprovavam eram as mixagens em mono”, concluiu.




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