Paul McCartney relembra a morte de John Lennon em novo livro e diz que “ainda não conseguiu assimilar”
- Marcello Almeida
- há 20 horas
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Em Wings: The Story of a Band on the Run, Macca revisita um dos dias mais sombrios da história da música, e da amizade

No recém-lançado livro Wings: The Story of a Band on the Run, o lendário Paul McCartney revisita memórias profundas de sua trajetória com o Wings, mas também abre espaço para um dos momentos mais dolorosos de sua vida: o assassinato de John Lennon, em 8 de dezembro de 1980.
McCartney, hoje com 83 anos, recorda com nitidez a manhã em que soube da tragédia. A notícia chegou através de seu empresário, poucas horas depois de Lennon ser morto a tiros em Nova York, por Mark David Chapman. “Foi simplesmente insano”, escreve. O músico compara a sensação de perda ao impacto do assassinato de John F. Kennedy, descrevendo aquele instante como “um momento horrível, em que tudo ficou embaçado”.
“Você não conseguia compreender. Eu ainda não consigo. E, sinceramente, não quero compreender.”
O livro também revela como Paul, Ringo Starr e George Harrison tentaram encontrar refúgio naquilo que os unia desde sempre: a música. “Nós simplesmente precisávamos seguir em frente”, relembra Macca, mostrando como o luto foi transformado em criação, um gesto de resistência emocional diante do vazio deixado por Lennon.
McCartney ainda reflete sobre o reaproximar dos dois após a separação dos Beatles, em 1970. Uma década antes da tragédia, eles haviam retomado o contato, e o músico se diz grato por a última conversa entre eles ter sido “leve, amigável, com risadas no telefone”.
O livro, que traz 40 horas de entrevistas inéditas e depoimentos de familiares e colaboradores — detalha a jornada de Paul com o Wings, grupo que o acompanhou em uma das fases mais férteis de sua carreira pós-Beatles.
Em outro trecho, o artista também volta a falar sobre a famosa teoria da conspiração de que teria morrido em 1966 e sido substituído por um sósia chamado “Billy Shears”. Em entrevista recente ao The Guardian, McCartney comentou com ironia:
“O mais louco é que tudo isso aconteceu num tempo em que o mundo ainda nem estava conectado. Mesmo assim, a mentira se espalhou feito fogo.”
Entre memórias, perdas e mitos, Paul McCartney segue reafirmando aquilo que sempre o manteve vivo, a capacidade de transformar dor em arte, e lembrança em canção.











