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No Paradise é o Lightning Bug com as qualidades intactas, porém adepto a mudanças e novos experimentos sonoros

Mais superior ou mais inferior que o trabalho atual? É a pergunta que alguns ouvintes irão fazer

Créditos: Luke Clerkin/Cortesia do artista


O Lightning Bug foi formado no ano de 2015 em Nova Iorque como projeto da vocalista Audrey Kang junto com alguns amigos que possuíam a paixão pela Música em comum. No mesmo ano, era lançado o début “Floaters”. Em 2019 foi a vez do lançamento de “October Song”. Detalhe que ambos os discos foram produzidos pelo próprio grupo.

 

Entretanto, o grupo despertou a atenção da renomada gravadora Fat Possum e, dessa forma, veio o terceiro trabalho, “A Color Of The Sky” (2021) que, inclusive, colocou a banda bem centrada nos holofotes de mídia e público (e com méritos). Disco obrigatório na biblioteca de fãs da boa música.

 

Além dos vocais encantadores de Audrey, que em certas ocasiões remete a muita coisa da gravadora 4AD, a banda também merece destaque por conta de uma sonoridade cujo gênero específico não se define facilmente. Não tem medo de misturar  Alt-Country, Folk, Dream Pop, Shoegaze e Eletrônica em seu caldeirão sonoro. Chegando quase a uma década de atividade, é a hora de apresentar o quarto disco, “No Paradise” (2024).

 

Uma banda ainda afiada, entretanto algumas mudanças e a trilha por um caminho aberto para experimentações sonoras distintas podem ser percebidas aqui. Como todo caso de artista/banda que deseja ousar ou mudar, talvez o ouvinte não absorva isso prontamente, sobretudo depois que ficou bem acostumado com o disco anterior.

 


Sim, a voz de Audrey continua perfeita. Inclusive, se conduz por nuances que contribuem na melodia que o grupo executa, caso de ‘On Paradise’. Ela consegue mesclar tanto a intensidade e a passividade em sua voz. ‘The Quickening’ com sua levada ágil e contagiante tingida por bateria requebrada lembra bastante as faixas do disco anterior, certamente será a preferida de muitos fãs.

 

Muitos podem sentir aqui uma dose menor de Shoegaze. Nota-se como o grupo focou bastante no Folk e Alt-Country. ‘December Song’ é um Folk com instrumental guiado por violino e dedilhado de guitarra. ‘The Flowering’ não escapa da tradição do gênero fazendo questão de incluir elementos tradicionais como viola e wurlitzer. ‘Morrow Song’ pode não agradar logo, sobretudo por se longa e buscar um contorno mais vintage e minimalista.

 

‘Just Above My Head’ traz os vocais de Audrey numa melodia orquestrada com violinos ora pacíficos, ora agressivos. ‘Serenade’ ousa se embrenhar por um Trip-Hop à la Portishead. Quem adora uma pitada de Rock no caldeirão ficará confortável com ‘I Feel’, um Rock caótico cheio de vozes ecoando, composto com guitarras mais pesadas e baixo bem acentuado.



Mais superior ou mais inferior que o trabalho atual? É a pergunta que alguns ouvintes irão fazer. Melhor dizer que o Lightning Bug ainda é dotado de qualidades, está bem sintonizado como banda e que Audrey é uma das vocalistas mais virtuosas do cenário Indie. Que venham mais anos de vida para o grupo.

 No Paradise

 Lightning Bug


Ano: 2024

Gênero: Indie Rock, Indie Pop, Dream Pop

Ouça: "Opus",  "The Flowering", "The Quickening"

Pra quem curte: Memory Map, Acid Mothers Temple

Humor: Nostálgico, Espumante, Atmosférico


NOTA DO CRÍTICO: 7,5

Assista ao vídeo oficial de ‘Opus’:


 


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