Ela era mais conhecida por suas aventuras no prog-rock com sua banda Catherine Ribeiro + Alpes
A icônica cantora francesa Catherine Ribeiro faleceu aos 82 anos, conforme reportado ontem (23 de agosto) pelo Le Monde. A informação foi confirmada pelos representantes da artista à Agence France-Presse. Embora a causa da morte não tenha sido divulgada, sabe-se que Ribeiro faleceu em uma casa de repouso na cidade de Martigues, França.
Catherine Ribeiro deixa um legado marcante na música, especialmente por seu papel como líder do grupo de rock progressivo Catherine Ribeiro + Alpes, que esteve ativo entre 1968 e 1981. O grupo conquistou seguidores fiéis com seu som transgressivo, inspirado no folk psicodélico, e suas letras de forte cunho político.
Nascida em Lyon, França, em 1941, filha de pais portugueses, Ribeiro iniciou sua carreira artística como atriz, com aparições em filmes como Les Carabiniers (1963) de Jean-Luc Godard e Buffalo Bill, Hero of the Far West (1964). Ela lançou seu primeiro EP, Dieu Me Pardonne, em 1965, antes de se unir ao multi-instrumentista Patrice Moullet e formar o grupo Catherine Ribeiro + 2Bis, que mais tarde se tornou Catherine Ribeiro + Alpes.
Com os Alpes, Ribeiro fez uma transição notável de estrela pop yé-yé para uma ousada experimentalista, lançando álbuns que exploravam temas políticos e sociais, como a Guerra do Vietnã, a Palestina e o deslocamento de refugiados chilenos na década de 1970. O último álbum de estúdio do grupo, La Déboussole, foi lançado em 1980.
Nos anos 2000, Ribeiro se afastou dos holofotes, mas fez alguns shows esgotados na França, documentados no álbum ao vivo Live Intégral com sua banda Alpes. Ao longo de sua carreira, manteve uma postura firme em questões políticas, incluindo sua oposição à invasão do Iraque pelos EUA em 2003 e seu apoio ao movimento #MeToo em 2017.
O trabalho de Ribeiro + Alpes foi redescoberto por uma nova geração, com seus álbuns sendo relançados em plataformas de streaming e vinil. Ela foi elogiada por artistas como Kim Gordon, que citou Ribeiro como uma influência vocal, e Weyes Blood, que destacou sua "voz extremamente poderosa, selvagem e improvisada".
O autor Julian Cope, em uma resenha de 2007 do álbum de estreia da banda, No. 2, descreveu a voz de Ribeiro como "voando alto, sussurrando, irrompendo em gritos, abrindo o céu e escalando apaixonadamente as alturas de suas emoções alpinas".
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