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'Comradely Objects', quarto disco do Horse Lords explora camadas excêntricas e elementos lúdicos

No quarto disco do grupo, o minimalismo bem executado dos trabalhos anteriores é substituído por camadas e elementos lúdicos.

Imagem Reprodução.


Horse Lords é um quarteto formado em Baltimore por Andrew Bernstein (saxofone, percussão), Max Eilbacher (baixo), Owen Gardner (guitarras) e Sam Haberman (bateria), que foca sua sonoridade em linhas experimentais, criando um som repleto de entonações. O grupo é conhecido por sua técnica excêntrica e nada convencional de manipular seus instrumentos. As extensas camadas hipnóticas que se misturam por polirrítmicos em suas músicas podem muito bem buscar inspiração e folego nas tradições do Krautrock, um dos primeiros gêneros que surgem na cabeça ao começar ouvir 'Comradely Objects', quarto disco do quarteto. Uma obra surpreendente, repleta de notas com passagens atmosféricas que logo chamam a devida atenção do ouvinte.


Misturando ritmos que passam pelo Afrobeat que semeia uma paisagem jazzística nas sete canções do disco, logo você se encontra totalmente seduzido e hipnotizado ao iniciar as primeiras melodias da faixa de abertura "Zero Degree Machine" começam a soar como notas sinfônicas estridentes e envolventes. A canção abre com sons distintos de sintetizadores e logo em seguida, surge um compasso rítmico que abre espaço para acordes pontuais de guitarras e percussão, tudo rodando em perfeita sintonia. Como se cada instrumento conversasse entre si, apontando a direção a seguir. Vale ressaltar que é um disco totalmente instrumental, mas você nem perceberá a ausência dos vocais.



Em seguida, "Mess Mend" demonstra que, embora seja hipnótica e complexa a técnica adotada pela banda e o seu comprometimento em estúdio, eles ainda se divertem fazendo música tirando sons nada convencionais e normais de seus instrumentos. "May Brigade" vem logo após e acena perfeitamente para a mutabilidade do Horse Lords, essa pode ser a canção do disco que mais se aproxima dos primeiros trabalhos do grupo. A maneira como a faixa ganha proporções e aumenta de maneira gradativa os ritmos aleatórios ao mesmo tempo, em que multiplica e distribui as notas pelas guitarras e percussão, fazem o ouvinte lembrar de bandas como Radiohead e o próprio Kraftwerk.


No quarto disco do grupo, o minimalismo bem executado dos trabalhos anteriores é substituído por camadas e elementos lúdicos, que sugerem um equilíbrio perfeito entre harmonia e liberdade

Em "Solidarity Avenue" e "Law Of Movement" Você pode se espantar com os métodos criativos como tudo se encaixa e se complementa. Ou pode simplesmente seguir o ritmo que eles criam juntos. A música dos Horse Lords tem esse efeito; tudo está conectado.




Porém, quando você acha que o álbum já entregou todo o seu contexto e ideias, surge a última faixa "Plain Hunt On Four" que leva o disco para outra dimensão como se fosse uma extensa rede de notas e batidas que surgem lentamente sem pressa e vão crescendo no seu devido tempo. A faixa vai se tornando bela à sua maneira.


'Comradely Objects' parece ser um dos trabalhos mais complexos e difíceis que os Horse Lords já fizeram, mas, inesperadamente, é também o disco mais intrigante e satisfatório que destaca muito bem a sintonia do quarteto na execução das sete músicas do novo trabalho.

 

Comradely Objects

Horse Lords


Lançamento: 4 de novembro de 2022

Gênero: Rock Experimental, Jazz, Math Rock

Ouça: "Zero Degree Machine", "May Brigade" e "Law Of Movement"

Humor: Hipnótico, Complexo, Ambicioso


 

NOTA DO CRÍTICO: 8,0

 

Veja o vídeo de "May Brigade"




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