top of page

Bon Scott faria 79 anos hoje, mas lendas como ele não envelhecem, apenas tocam mais alto

Bon Scott faria 79 anos hoje. Mas lendas como ele não envelhecem. Apenas fazem o mundo parecer mais calmo depois que se vão

Bon Scott
Imagem: Reprodução

Se estivesse entre nós, Bon Scott completaria 79 anos nesta quarta-feira, 9 de julho. Mas dizer que Bon estaria velho é quase uma heresia — ele sempre foi maior que o tempo. Um espírito elétrico, um poeta bêbado da sarjeta, um incendiário de palcos que transformou o microfone em dinamite pura.



Nascido na Escócia em 1946 e criado nas entranhas solares da Austrália, Bon não cantava: ele urrava, escancarava o peito, cuspia sílabas como quem desafiava o mundo a cair na porrada. Quando entrou para o AC/DC em 1974, a banda ainda tateava seu lugar no mapa. Quando ele se foi, em fevereiro de 1980, aos 33 anos, o AC/DC já era uma força da natureza — e ele, um mito irrecuperável.


Foi com Bon nos vocais que o AC/DC lançou uma sequência absurda de discos que moldaram a alma do hard rock setentista: High Voltage (1975), Let There Be Rock (1977), Powerage (1978), If You Want Blood You’ve Got It (1978) e o clássico colossal Highway to Hell (1979) — o último antes da tragédia. A faixa-título virou hino definitivo, cartão de visitas barulhento, marcha fúnebre festiva, símbolo eterno da rebeldia com sorriso de canto de boca e fogo nos olhos.


Bon era deboche e desejo, suor e sacanagem, caos e carisma. Um dos maiores frontmen que o rock já viu — não porque fazia firulas ou alcançava notas inalcançáveis, mas porque era verdade. Era carne, era rua, era riso sujo de quem já viveu o bastante pra não temer mais nada. Ele era o tipo de vocalista que cantava como se o mundo fosse acabar naquela noite — e que bom que não acabou, porque a gente ainda precisa ouvir “T.N.T.” como se fosse a primeira vez.



O AC/DC seguiu, e com mérito. Mas Bon Scott nunca saiu da banda. Ele está em cada riff de “Whole Lotta Rosie”, em cada soco de bateria de “Live Wire”, em cada garganta que se rasga para berrar junto no último volume. Sua sombra dança nos amplificadores, sua risada ecoa entre as distorções. E sua alma, essa ninguém substitui.


Bon Scott faria 79 anos hoje. Mas lendas como ele não envelhecem. Apenas fazem o mundo parecer mais calmo depois que se vão.



Comments


bottom of page