Eduardo Salvalaio
22 de dez de 20213 min
Confira os dez discos que o nosso redator Eduardo Salvalaio garimpou nesse desconexo ano de 2021. Sorte a nossa em ter a música ao nosso lado esse ano todo. Os discos abaixo não possuem ordem de preferência, para ele todos são obras impactantes e importantes.
Para quem não conhecia nada da dupla escocesa, ou então não tinha tanta estima, 'As Days Get Dark' pode ser um bom começo. Um álbum que já chega com o estigma de atemporal e que traz aquilo que a música deve cumprir: letras inspiradas, contextualizado com o panorama mundial, arranjos estruturados e o poder de captar o ouvinte, não importa se depois de inúmeras audições.
A nova safra do cenário musical inglês anda bem curiosa e prolífera. Dry Cleaning é uma das bandas surgidas nesse cenário. Os vocais incisivos de Florence Shaw junto a um instrumental marcante levam o ouvinte a apreciar um début interessante, um dos melhores aprendizados da escola do Punk/Pós-Punk da atualidade.
Jarvis Cocker é aquele músico que dispensa apresentações. Sua experiência, talento, irreverência, a história que fez no Pulp e em carreira solo. Mas, e agora? Cantando em francês? Uma surpresa e tanto. Ok, esse pode ser um álbum de covers e até atípico para uma lista de melhores do ano, mas difícil ficar imune a um trabalho tão bem feito e estruturado. As qualidades de um perfeito crooner não falham, não importa se seja em francês.
Esse grupo do Brooklyn cria um disco que resgata no ouvinte o prazer de ouvir música. Descobrir nuances, texturas, perceber detalhes, ouvir sempre mais. Um grupo que não tem tanto tempo de experiência mas que consegue criar um álbum com maturidade e que foge de convencionalismos.
Um projeto entre membros do The National e do Beirut que começou de forma improvisada, mas que rendeu um segundo álbum interessante e repleto de ideias. Passando pelo Post-Punk e chegando até a eletrônica, 'II' é um disco para ser conhecido e que renova a esperança de um terceiro trabalho ainda mais criativo.
A cantora abusa de toda sua experiência ao elaborar um disco que não foge de suas origens do Folk, mas que também sabe inserir belas guitarras e até resvala para momentos de Pop-Rock supremo. Uma das melhores cantoras internacionais da atualidade em um de seus grandes álbuns de carreira.
Outra banda experiente, com longo tempo em atividade, e que vem trazendo mudanças nos recentes discos. Esse não é diferente. Mogwai constrói seu Post-Rock acessível a todos, amplia as definições do gênero e se dá ao luxo de não apenas se basear a belos arranjos, como também de adicionar vocais a faixas melódicas (“Ritchie Sacrament”).
Os ingleses do Squid acertam ao criar um álbum enérgico que traz toda a energia dos palcos, além de seguirem fielmente a cartilha do Punk/Pós-Punk. Um trabalho ousado, apesar de longo e que demanda diversas audições.
Quem acompanha os trabalhos da dupla desde o início de carreira, sabe como a sonoridade funciona. 'Grizzly Peak' pode não ser original, traz a fórmula batida do duo, porém a intensidade das faixas com o belo trabalho de guitarras e percussão mostram que o The Dodos sabem fazer melodias e seguem por um caminho consagrado com mais surpresas pela frente.
Wolf Alice conta com os vocais cativantes de Ellie Rowsell junto a um instrumental eficaz e versátil. Apesar de ser um álbum de difícil classificação, sem ficar apenas num único gênero, as qualidades surgem conforme cada audição, a cada faixa decifrada.
Um cara da área Civil mas que nos momentos de folga tem um tempo para a escrita. Fã da arte de um modo geral, acha que com ela podemos tirar um pouco os dissabores da vida. Livros, discos, filmes, jogos: um arsenal do qual não abre mão.