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The Bad Fire consolida o Mogwai como uma banda que atravessa décadas sem perder seu estilo e potencial

Foto do escritor: Eduardo SalvalaioEduardo Salvalaio


Completando 30 anos de atividade, o novo álbum traz um Mogwai que não se sente enferrujado pela idade

Crédito: Steve Gullick
Crédito: Steve Gullick

O Mogwai surgiu durante o ano de 1995 em Glasgow. Com uma discografia abastada, o grupo foi responsável por grandes discos que devem estar presentes no repertório de qualquer ouvinte que aprecia Rock e suas vertentes. Entre vários álbuns, podemos citar: The Hawk Is Howling (2008), Atomic (2016) e As the Love Continues (2021).

 

Uma das bandas mais lembradas quando o assunto é o Post-Rock. Entretanto, não podemos limitar os escoceses apenas a esse gênero. Com o tempo, o grupo adicionou mais detalhes aos seus discos, saindo de padrões únicos. Uma das mudanças foi inserir cada vez mais vocais em suas canções.


Outra área que o grupo soube dominar bem através dos anos foi a composição de trilhas sonoras. Foram os responsáveis pelas músicas que fazem parte do documentário Zidane: A 21st Century Portrait (2006), do filme The Fountain (2006) e da série francesa Les Revenants (2013).

 

Em 2015, John Cummings, um dos integrantes, saiu para trabalhar em projeto próprio. O grupo passou por perdas e em várias entrevistas disse que foram anos difíceis após o lançamento do disco de 2021. A filha do pianista e guitarrista Barry Burns passou por problemas sérios de saúde. Porém, o quarteto seguiu adiante e determinado a não parar com suas atividades.

 


Completando 30 anos de atividade, o novo álbum traz um Mogwai que não se sente enferrujado pela idade. Com a produção competente de John Congleton (Future Islands, The Decemberists), The Bad Fire (2025) mostra um grupo que continua intacto, sólido e talentoso.

 

A abertura com ‘God Gets You Back’ comprova uma banda que não tem medo de misturar sintetizadores com seu tradicional Post-Rock. A carga instrumental e climática ganha mais destaque quando recebe os vocais modulados de Stuart Braithwaite. Em seguida, ‘Hi Chaos’ aposta na fórmula construída pelo Mogwai desde os 90’s e que ainda conquista na atualidade: uma montanha-russa sonora em constante crescimento que atordoa o ouvinte.

 

‘Fanzine Made Of Flesh’ traz peso, guitarras acentuadas e vocoder sem perder a característica de uma canção Pop-Rock grudenta, conquistando o ouvinte logo na primeira audição. Por sua vez, ‘Pale Vegan Hip Pain’ é conduzida por um contorno sonoro tímido, buscando guitarras límpidas/dedilhadas em meio a uma bateria discreta, tudo envolvido num tom de melancolia.

 

Com mais de 7 minutos, 'If You Find This World Bad, You Should See Some Of The Others’ traz outro trunfo dos escoceses: balancear a melodia entre calmaria e o peso. Uma paisagem sonora pacífica que se transforma numa parede maciça ensurdecedora de instrumentos, para depois então, tudo se desmanchar e voltarmos a uma quietude que parece não se importar com o barulho anterior.

 


Outros dois momentos precisam ser destacados. Definem uma banda que não se desgarra de suas características principais, mas que faz questão de caminhar por outros trilhos. ’18 Volcanoes’ lembra algo do My Bloody Valentine, um momento onde o Mogwai não tem vergonha de dizer que o Shoegaze também foi sua inspiração. E que tal a influência do Kraut-Rock em ‘Hammer Room’? Sem contraindicações.

 

Mogwai envelhece com estilo, potencial e talento. Com The Bad Fire, o grupo prova que está pronto para mais uma década da Música que é capaz de nos nutrir mesmo nos piores momentos de nossas vidas. A arte capaz de florescer mesmo sobre o solo mais árido.

 
Imagem: Reprodução.
Imagem: Reprodução.
 

The Bad Fire

Mogwai


Ano: 2025

Gênero: Indie Rock, Rock Alternativo, Post-Rock

Ouça: "Fanzine Made Of Flesh, ‘Pale Vegan Hip Pain’, 18 Volcanoes’ 

Pra quem curte: Caspian, Mono, Saxon Shore

 

NOTA DO CRÍTICO: 8,0

 

Veja o vídeo oficial de ‘Fanzine Made Of Flesh’:


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