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Psica 2025 confirma Mano Brown, BK’ e Evinha, e reafirma missão de colocar o rap no centro da cultura brasileira

Maior festival da região Norte anuncia primeiros nomes e promete edição histórica em Belém

Mano Brown, BK’ e Evinha
Mano Brown-Divulgação/Evinha - Divulgação/O rapper BK' (Divulgação)

O Festival Psica, reconhecido como o maior evento musical da região Norte do Brasil, acaba de anunciar os primeiros nomes de sua edição 2025 — e a promessa é clara: fazer história mais uma vez. Entre os destaques estão Mano Brown, ícone absoluto do rap nacional, e BK’, um dos artistas mais influentes da nova geração, que se apresenta ao lado de Evinha, lenda viva da música negra brasileira dos anos 1960.



Com datas marcadas para 12, 13 e 14 de dezembro, a nova edição do Psica ocupará novamente os palcos da Cidade Velha e do Mangueirão, em Belém. A expectativa é superar o público de mais de 100 mil pessoas reunido em 2024 — e o line-up inicial já aponta para uma edição ambiciosa, conectada com as raízes do Norte e com o futuro da música brasileira.


“A música brasileira, por muito tempo, renegou o rap como parte da sua própria identidade”, afirma Gerson Dias, um dos diretores do festival. “Nosso movimento de pegar o hip hop e misturar com o tecnobrega, com o pop, é uma forma de valorizá-lo e mostrar que essa cultura também é nossa. É a voz da periferia da Amazônia, dialogando com o restante do país.”


Desde sua criação, o Psica tem sido um ponto de encontro entre sons periféricos e expressões regionais, com uma curadoria que vai além do eixo tradicional da indústria. “Nosso sonho era ter o Mano Brown no line-up”, revela Gerson. “Ele reafirma essa identidade periférica e preta brasileira. E o BK’ representa esse novo momento do rap, conectando gerações e trazendo junto uma artista como a Evinha, que a gente já queria trazer antes mesmo do boom nas redes sociais.”



Mais do que reunir grandes nomes, o Psica se consolidou como plataforma para artistas em ascensão, como Duquesa, Brisa Flow e Ebony, que já passaram pelos palcos do festival. “A gente valoriza o rap como movimento cultural e social, por isso olhamos para ele além do mercado. Queremos trazer um outro tipo de mensagem para o público”, diz Gerson.



Jeft Dias, também diretor do festival, reforça o papel do Psica como ferramenta de afirmação cultural:


“O Psica mostra o que é a música do Brasil sob o ponto de vista do Norte. E a gente diz, sem medo de errar: daqui a gente enxerga melhor, já que inclui no jogo a peça que falta.”


A proposta do festival se traduz também na estética musical: carimbó, guitarrada e tecnobrega dividem espaço com nomes consagrados de alcance nacional e internacional. “Nos anos 90, nosso centro tinha vergonha dos ritmos e da gastronomia local. Hoje, exaltamos tudo isso ao lado de grandes nomes nacionais. O nosso festival mistura Jorge Ben Jor com Viviane Batidão e faz todo o sentido para o nosso público”, diz Jeft. “Ao fazer isso, mostramos ao Brasil o que acontece aqui e abrimos caminhos para crescer ainda mais.”


Mais do que um festival, o Psica é um manifesto. Em uma cidade marcada por desigualdades e silenciamentos históricos, ele se torna espaço de pertencimento, de celebração e de resistência. “Nosso estado está totalmente abaixo das camadas. Sofremos com a globalização, com o capitalismo, com o apagamento cultural. O Psica é um grito de resistência da periferia urbana do Norte, conectado com suas matrizes culturais”, conclui Jeft.


O line-up completo será revelado nas próximas semanas. Até lá, uma coisa já está certa: o Psica 2025 não será só mais uma edição — será um marco.

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