Prince Of Persia: The Lost Crown segue a série com plataformas e combates desafiantes em roupagem Metroidvania
- Eduardo Salvalaio
- 2 de abr.
- 4 min de leitura
Atualizado: 4 de abr.
A versão testada foi a de PS4. Em 14 de Abril deste ano, o jogo será lançado numa versão Mobile e chegará tanto para Android como para iOS

Uma das séries mais conhecidas entre os jogadores certamente é Prince of Persia. O jogo atravessou gerações, com seus primeiros passos começando em 1989, pela criação do designer Jordan Mechner. Na época, donos de consoles como SNES e Mega Drive podiam desfrutar do jogo na tranquilidade de seus lares.
Posteriormente, a série foi assumindo um universo 3D, sempre aprimorando sua jogabilidade e ganhando novas mecânicas, geralmente associadas a manipulação do tempo. PoP: The Sands Of Time (2003) convenceu fãs e foi bastante elogiado pelos críticos, até hoje é considerado como um dos melhores jogos de PoP feitos.
Na sequência, vieram PoP: Warrior Within (20040 e PoP: The Two Thrones (2005), ambos trazendo poucas novidades, porém mantendo firme a essência da série. Sem lançamentos durante 3 anos, o jogo volta a dar as caras em 2008, com PoP: Ghosts Of The Past. Aqui, o diferencial fica nos belíssimos gráficos em cel-shading e nos cenários exóticos. Além disso, recebemos a ajuda da misteriosa personagem Elika.
O jogo sempre conquistou por suas plataformas desafiantes que exigem reflexos e pulos corretamente calculados junto a batalhas intensas cercadas de inimigos. Não bastasse isso, nosso caminho está repleto de puzzles criativos, armadilhas, precipícios e surpresas.
PoP: The Lost Crown (2024) chega após longos quatorze anos do último jogo da série, PoP: The Forgotten Sands (2010). Mesmo com o parkour em intensa atividade, com plataformas ainda desafiadoras e combates frequentes, algumas mudanças chegaram para trazer uma experiência maior, menos linear e mais moderna sem perder o charme retrô.
O jogo ganha um contorno Metroidvania. Aqui o personagem está cercado de salas, alcovas, elevadores e túneis onde a ida e vinda do personagem é uma constante, inclusive quando novas habilidades são adquiridas. O jogo volta a um passado de raízes 2D, complementado pelo colorido vivo e detalhado por meio de um mapa gigantesco interligando os cenários, apesar de que algumas portas e passagens só serão abertas quando entramos por outro caminho ou quando ativamos alavancas em lugares estratégicos.

O jogo também perdeu a manipulação do tempo. Fez algo errado e agora você precisa voltar no tempo? Esqueça. Quer retardar o tempo para ganhar vantagem sobre o inimigo? Nem pensar. Mesmo assim, ganhamos poderes que nos ajudarão em muitos cenários inclusive na coleta de itens valiosos. Um deles, por exemplo, congelamos nosso personagem num determinado lugar, realizamos uma ação com um clone e depois voltamos para esse personagem congelado, tudo com execução descomplicada.
Jogamos com Sargon, um guerreiro membro de um grupo intitulado The Immortals. Quando o príncipe da cidade é sequestrado, Saigon sai em busca dele. Os jogos da série sempre tiveram narrativas interessantes e capazes de despertar a nossa atenção, aqui não é diferente. Traições, reviravoltas, diálogos, surpresas e muitas cutscenes preenchem a jornada do herói.
Novamente temos um jogo lotado de outras opções além das convencionais missões principais. Existe a possibilidade de fazer missões secundárias, enfrentar inimigos do tipo miniboss escondidos pelos cenários, encontrar formas de abrir passagens secretas. Um extenso mapa para percorrer e que levará um tempo para ser finalizado por inteiro.
Explorar o mapa também é importante para encontrar objetos e itens, sobretudo amuletos. Eles podem ser encaixados no colar do personagem e garantem benefícios extras como maior quantidade de sangue e/ou mais dano nos ataques. Entretanto, cabe ao jogador testar qual o melhor, pois alguns concedem tanto pontos positivos como negativos em conjunto.
O combate não contém muitas novidades, embora seja eficiente e agradável para o jogador. Espada e flechas estão a nosso dispor e podem receber upgrades conforme alguns itens coletados. O jogo oferece combos devastadores a partir de sequências no botão (que ajudam bastante em inimigos mais resistentes). Como em muitos jogos do gênero, abusar de esquiva e de bloqueios é essencial para vencer nas batalhas.
Outro recurso adicionado ao combate é o Athra Surge. Um poder devastador que é ativado depois que uma barra se enche por completo. Divididos em três níveis, tais poderes propiciam ao jogador uma estratégia mais defensiva ou ofensiva ao conceder tanto cura como golpes mais fortes.
No mapa encontramos árvores que nos permitem salvar e trocar de amuletos (essa ação só pode ser feita nas árvores). Também existem estátuas que possibilitam viagens rápidas. A bronca fica por conta de que, nas 10/15 horas iniciais, algumas partes poderiam ter estátuas, devido à dificuldade de algumas seções longas de plataforma e de poucos poderes que ainda temos.

Felizmente, também podemos comprar um objeto que nos permite usar as árvores para as viagens rápidas, embora isso só possa ser possível mais adiante no jogo, com o mapa já bastante descoberto.
Em contrapartida, mesmo o jogador que tiver com dificuldade em passar por um trecho de plataforma, o sistema do jogo oferece variadas assistências e, com isso, ele pode até eliminar essa seção e parar em outro ponto adiante.
Você morrerá bastante, precisará explorar muitos cenários, quebrará a cabeça com puzzles, ficará até um pouco perdido. Mas, no final, a manipulação do tempo nem fará tanta falta assim e o estilo Metroidvania se ajeita bem ao título. E a Ubisoft consegue manter firme e forte um jogo que vai completando 36 anos de idade.
Observação: a versão testada foi a de PS4. Em 14 de Abril deste ano, o jogo será lançado numa versão Mobile e chegará tanto para Android como para iOS.

Prince Of Persia: The Lost Crown
Data de Lançamento: 15 de janeiro de 2024
Plataformas: PlayStation 5, PlayStation 4, Nintendo Switch
Gênero: Ação, Aventura
Desenvolvedores: Ubisoft
Trailer do jogo:
Comments