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Por que os artistas recebem tão pouco no Spotify?

Muitos se perguntam por que os artistas recebem tão pouco por cada reprodução. Vamos tentar entender?

Por que os artistas recebem tão pouco no Spotify?


O Spotify, uma das plataformas de streaming de música mais populares do mundo, possui mais de 615 milhões de usuários ativos mensais e 239 milhões de assinantes pagos, conforme dados de março de 2024. No entanto, muitos se perguntam por que os artistas recebem tão pouco por cada reprodução.


Modelo de distribuição de royalties


A distribuição dos royalties no Spotify é proporcional à quantidade total de reproduções que cada faixa recebe em relação ao total de reproduções na plataforma durante um determinado período. A receita total é distribuída com base na participação percentual de cada faixa no total de reproduções. Por exemplo, se a receita total de um mês é $100 milhões e há 25 bilhões de reproduções, cada reprodução vale $0.004.


Como a receita mensal da plataforma e o número total de reproduções variam, não há um valor fixo por reprodução. Além disso, o Spotify também gera receita de publicidade, e os usuários do modelo gratuito geram menos receita por reprodução.


A partir de 2024, o Spotify remunerará apenas músicas com mais de mil reproduções anuais. Além disso, práticas fraudulentas, como fazendas digitais de plays que utilizam robôs, inflacionam artificialmente o número de reproduções e desviam royalties, distorcendo o modelo de pagamento e diminuindo a remuneração para artistas honestos.


Modelos alternativos


Modelos alternativos, como o centrado no usuário do Soundcloud e o modelo híbrido do Deezer, poderiam reduzir fraudes e aumentar a remuneração justa para artistas. No Soundcloud, o valor pago pelos assinantes é dividido entre os artistas que eles ouvem, enquanto o Deezer limita comportamentos fraudulentos e impulsiona artistas buscados ativamente.


O Spotify repassa cerca de 70% da receita total para detentores de direitos autorais, ficando com aproximadamente 30%. A divisão dos 70% depende de acordos com gravadoras e distribuidores, frequentemente deixando os artistas e compositores com uma parcela menor.


Os planos mensais do Spotify variam entre R$ 11,90 (universitário) e R$ 34,90 (família, para até seis contas), permitindo o acesso ilimitado a uma vasta quantidade de músicas por um preço relativamente baixo. Este modelo "one size fits all" não permite que usuários paguem mais por benefícios adicionais, como som de maior qualidade ou privilégios em vendas de ingressos.



Possíveis soluções


Para melhorar a remuneração dos artistas, o Spotify poderia adotar novas estratégias de precificação e remuneração. Ajustar o modelo de pagamento para refletir melhor os hábitos dos usuários e oferecer planos premium com benefícios adicionais poderiam beneficiar tanto artistas quanto fãs.


A remuneração baixa dos artistas no Spotify é resultado do modelo de divisão de receita e do custo padronizado para os consumidores. Mudanças no modelo de negócios e a adoção de estratégias alternativas de pagamento poderiam melhorar significativamente a situação, proporcionando uma remuneração mais justa para os artistas.



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